“Se teve um erro, foi responsabilidade minha”, assume Ceni

Nenhum torcedor do Bahia imaginava que um 5 a 1 tão sonoro viria contra o Mirassol pela 22ª rodada do Brasileirão – e o técnico Rogério Ceni também não. Contrariando as expectativas e repetindo o time titular que vem cansando pelo calendário exaustivo, o treinador do Esquadrão assumiu a responsabilidade pela derrota e afirmou que vai começar “do zero” para encarar o Confiança pelos jogos da final da Copa do Nordeste nesta semana. “É a primeira vez na carreira, como treinador, que tenho uma derrota dessa maneira, desse tamanho. Foi uma escolha que nós fizemos de praticamente repetir a parte do meio para trás do time, fazer as alterações mais à frente. Era uma coisa que eu pensei bastante durante o jogo e assumo a responsabilidade por ter mantido esse time”, afirmou.”Se tem um erro pelo fato da repetição da equipe, é de minha responsabilidade por ter escolhido essa equipe. Talvez, se eu tivesse trocado todos, teríamos mais condições físicas. Tudo bem que não teríamos tantas opções de troca, mas talvez teríamos”, assumiu.

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“Eu achei que se nós tivéssemos todas as trocas contra um time tão bem encaixado, que joga tanto como o Mirassol, nós poderíamos sofrer bastante se não tivéssemos a bola. Mantendo essa parte de construção, eu achei que através da posse de bola a gente conseguiria controlar e criar chances”, completou.”Usei o Gilberto por 45 minutos, que era o que ele tinha, ao menos o que a gente previa como disponível, para depois ter o tempo de usar um pouco o Sanabria, já que ele não pode jogar durante a próxima semana”, explicou.A ideia de Ceni se consolidou em partes – o Bahia teve posse de bola no jogo, mas não conseguiu convertê-la em nenhum domínio efetivo. “O Mirassol sabia, logicamente, que todos estão exaustos, cansados e precisavam de um time como um todo. Precisa de descanso, mas não existe essa janela de oportunidade para a gente. Então, eu lamento bastante”, avaliou o técnico.”Infelizmente, o primeiro gol muda todo o jogo. Você tem que começar a sair à frente e acaba sofrendo um placar que acho que não é a realidade da diferença das duas equipes em situações normais”, analisou.”O que eu posso dizer para você é que eu vi um time com muito mais energia que o nosso. Nas trocas, eu tentei fazer o mais cedo possível, realmente, para tentar ter um pouco mais de vigor físico para competir. Infelizmente, nós não nos encontramos. Nós viemos de 20 semanas consecutivas jogando meio e fim de semana. Infelizmente, chegou o momento da temporada em que as lesões cresceram um pouco mais.”, finalizou.Estreia de SanabriaIndo além da goleada que entra para a memória do torcedor tricolor, a partida contra o Mirassol teve um ponto positivo para o Bahia – a estreia de um novo reforço, com a entrada do atacante argentino Sanabria em campo. Chegando como substituto no segundo tempo, Ceni afirma que ainda não é possível avaliar o desempenho de Sanabria: “Eu acho que é muito cedo. Ele precisa entender a parte tática, não é do dia para a noite. Ele vinha de um tempo de três a quatro semanas só treinando sozinho”.”Mas mostra que, quando pega na bola, é um jogador que tem a característica parecida até com o próprio Pulga, de um contra um. Vamos tentar, já que ele não pode jogar essa semana, intensificar treinamentos com ele, fazer uma parte física e tentar desenvolver ele taticamente para que possa estar à disposição para nós no dia 10, na quarta-feira (contra o Fluminense pela Copa do Brasil)”, afirmou.”É o que nós podemos fazer com ele: tentar dar uma base física, entendimento tático, para que ele possa nos ajudar. Principalmente porque agora, eu não sei o que aconteceu logicamente com o Pulga, mas deve ter sentido algo que vai deixá-lo fora por algum tempo”, completou, mencionando as dores que fizeram com que o recém-chegado do Departamento Médico deixasse o campo com apenas 14 minutos de bola rolando.Além de Pulga, outros jogadores tiveram problemas físicos no jogo, gerando substituições por cansaço. “O Acevedo eu achei que estava muito cansado naquele momento. É uma característica dele a pegada no meio, mas ele era um jogador que estava cansado. Achei que era melhor colocar o Rezende, porque nós já temos o Caio machucado, o Nico cansado. Se acontece mais alguma coisa, nós não temos opções e correríamos muito risco”, analisou Ceni. E quando vem João Paulo?Junto com Sanabria, chegou ao Bahia um novo goleiro, dando uma alternativa para o gol de Ronaldo. Para Ceni, no entanto, ainda não era o momento de dar a João Paulo sua estreia pelo Esquadrão.”Nós viemos de nove resultados positivos. Coincidentemente, o Ronaldo jogou esses nove jogos. Nós viemos de três jogos sem sofrer gols, com boas atuações do Ronaldo. Então, eu acho que era o momento de dar mais confiança ao Ronaldo, dar ritmo de jogo para ele, porque é ele que vai jogar esses dois jogos”, disse.”Depois, nós vamos analisar com calma. Ele vai ter as oportunidades, logicamente. O João já sabe dessa situação. Mas eu não posso desprezar e jogar fora os últimos nove jogos, os últimos três jogos com zero mantido no placar: contra o Ceará, contra o Vitória e contra o Santos”, analisou.Próximo capítuloAgora, o Bahia precisa se voltar para o próximo desafio – o Confiança, que chega com jogos de ida de volta pela tão sonhada final da Copa do Nordeste. “Nós temos que tentar absorver da melhor maneira possível, porque nós temos uma disputa de título. Enquanto agora todos descansam, nós temos uma disputa de título essa semana. E nós temos que focar nisso, tentar achar uma equipe que tenha energia para competir nesse primeiro jogo fora de casa”, afirmou Ceni.”Cada jogo começa do zero, é uma nova história. Por mais que você faça uma sequência de 9 jogos com 6 vitórias e 3 empates, as histórias dos jogos passados não garantem absolutamente nada no jogo”, garantiu, projetando uma volta por cima contra o Confiança.Para atingir o objetivo, então, a busca é por “sangue novo”, com jogadores novatos no clube: “Os que for necessário repetir, não há outra alternativa. Nesse momento, nós vamos tentar botar a cabeça no lugar, entender a derrota, a gravidade, o placar – que é um placar elástico, não é algo comum – e não perder o foco, que são dois jogos que vão entrar no meio de uma Data Fifa, onde a gente poderia e deveria estar recuperando o time”.”Nós vamos tentar focar no título, precisamos ganhar essa Copa do Nordeste e entender quais jogadores têm condições, se alguns têm condições de repetir ou, até por necessidade, se teremos que repetir. Vamos tentar colocar energia nova, mesmo perdendo um pouco de entrosamento”, afirmou.

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