Justiça marca audiência que pode afastar síndica do Edifício JK, em BH, após 40 anos

Maria Lima das Graças, síndica há 40 anos do Edifício JK, um dos mais icônicos de BH, passará por audiência em outubro deste ano. A administradora e o gerente Manoel Gonçalves de Freitas Neto são acusados de crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural.

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Conforme o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), as acusações se baseiam em supostas condutas que teriam resultado na deterioração do Edifício JK, tombado em 2022, e na omissão de medidas de conservação de interesse ambiental e cultural. Além disso, o prédio da década de 1950 não possui Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), necessário para garantir condições de segurança contra incêndio e pânico adequadas à legislação.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) pediu o afastamento de Maria Lima das Graças e Manoel Gonçalves de Freitas Neto por 120 dias. No entanto, a juíza responsável pelo caso negou o pedido, uma vez que a síndica apresenta capacidades básicas para exercer o cargo e a substituição causaria “desorganização administrativa, em vez de soluções”, afirma a decisão.

Diante das acusações do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a defesa dos réus sustenta que obras de conservação já foram iniciadas, especificamente a troca da manta asfáltica, que o TJMG estabeleceu prazo até 30/12/2024 para a apresentação dos projetos de conservação.

De acordo com o TJMG, a audiência de instrução ocorrerá no dia 7 de outubro. As testemunhas de acusação serão ouvidas a partir das 9h e as testemunhas de defesa serão ouvidas a partir das 13h30, incluindo a realização dos interrogatórios.

Edifício JK

Oscar Niemeyer projetou o prédio em 1952. A obra, executada com recursos doados pelo então governador Juscelino Kubitschek, foi liderada pelo empresário Joaquim Rolla. O Conjunto JK passou a ser habitado em 1970.

Localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte, colado à Praça Raul Soares, o condomínio tem cerca de 5 mil moradores em 1.100 apartamentos, dois blocos e 36 andares. Uma cidade vertical, com visual inconfundível e população maior do que a de várias cidades brasileiras.

E em abril de 2022, o Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte aprovou, por unanimidade, o tombamento definitivo do Conjunto Habitacional Governador Juscelino Kubitschek.

Com isso, os proprietários do Edifício JK ganharam uma série de benefícios. Os principais são a isenção de IPTU, o acesso às Leis de Incentivo à Cultura para inscrição de projetos de recuperação dos imóveis, além da transferência do direito de construir. Ela dá o direito de alienar ou de exercer, em outro local, o potencial construtivo do lote.

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