Com a taxa Selic atingindo 14,75%, investidores se perguntam: ainda é hora de apostar na renda fixa ou já é o momento certo de migrar para a renda variável? A resposta depende do horizonte de investimento, da estratégia adotada e, acima de tudo, da compreensão do novo ciclo macroeconômico que começa a se desenhar.
Contexto: Juros no pico após mais de duas décadas
A recente elevação da Selic colocou o Brasil no topo do ranking de juros reais do mundo. Segundo especialistas como Alberto Ramos (Goldman Sachs), Fernando Gonçalves (Itaú) e Rafaela Vitória (Banco Inter), a atual alta pode ser a última deste ciclo ou sinalizar uma pausa prolongada. O consenso do mercado é que os juros devem se manter elevados por mais algum tempo antes de iniciar um processo de queda.
Renda Fixa: excelente para reserva, limitada para crescimento
Tesouro Selic: ótimo para curto prazo
Com liquidez e segurança, o Tesouro Selic continua sendo a melhor opção para reservas de emergência ou oportunidades de curto prazo. Em um cenário de estabilidade ou queda futura dos juros, seu desempenho tende a ser previsível, mas limitado.
Prefixados e Tesouro IPCA+: oportunidades e riscos
Títulos prefixados chegaram a render mais de 15% ao ano, mas hoje já estão abaixo de 14%. Se a expectativa de queda dos juros se confirmar, quem travar boas taxas agora e levar o título até o vencimento pode obter ganhos relevantes. O mesmo vale para os títulos IPCA+ com taxas acima de 7% ao ano. Contudo, quem precisar vender antes pode sofrer perdas com a marcação a mercado.
CDBs: diferenciação pelos emissores
Enquanto CDBs de grandes bancos oferecem taxas pouco atrativas (entre 13,5% e 14%), emissores menores como o Banco Master chegam a oferecer até 18,5% prefixado. Porém, o risco é proporcional à rentabilidade.
Mudança global: juros em queda no mundo
A China anunciou cortes de juros e medidas de liquidez, ampliando o crédito e estimulando sua economia. O Reino Unido e a Zona do Euro seguiram com reduções nas taxas básicas, enquanto os EUA preveem começar a cortar a partir de julho. Essa tendência global pressiona o Brasil a se alinhar, fortalecendo o cenário de inflexão dos juros.
Renda Variável: sinal verde para a diversificação
Ações: retomada global em curso
Com a reversão das tarifas comerciais de Trump e maior liquidez global, bolsas internacionais começam a reagir. A expectativa é de que o mercado americano, em especial, retome o fôlego nos próximos trimestres.
No Brasil, embora o cenário político-eleitoral adicione volatilidade, a expectativa de corte da Selic no segundo semestre pode destravar valor nas ações.
Criptomoedas: destaque para o Bitcoin
O Bitcoin subiu mais de 30% nos últimos 30 dias e 62% no acumulado de 12 meses. Com a ampliação da liquidez global, analistas projetam novo ciclo de alta para os criptoativos.
Onde estão as melhores oportunidades agora?
- Renda fixa: segue forte para o curto prazo e para quem busca previsibilidade. Tesouro Selic é ideal para liquidez. Prefixados e IPCA+ são boas apostas para quem segura até o vencimento.
- Renda variável: é o momento de montar posições para o longo prazo. Ações e criptos tendem a se valorizar com a queda de juros.
O investidor preparado entende que o mercado antecipa movimentos. Com os juros no pico, a porta de entrada para a renda variável está se abrindo. O segredo está na diversificação e no horizonte de tempo.
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