O que mudou no lifting facial?
Por muitos anos, o lifting facial era uma alternativa reservada a pessoas com mais de 50 anos. Hoje, esse perfil mudou significativamente. Técnicas como o Minilifting, o Deep Plane e variações modernas do lifting tradicional têm atraído um público mais jovem, entre 35 e 45 anos, que busca rejuvenescimento com resultados mais naturais e permanentes.
Segundo o cirurgião plástico Dr. Paolo Rubez, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), isso se deve principalmente à evolução técnica da cirurgia:
“Com os avanços recentes, os procedimentos se tornaram mais seguros e com aparência natural. Muitos pacientes mais jovens já tentaram preenchimentos e outros tratamentos injetáveis, mas não conseguiram o resultado desejado.”

Por que pacientes mais jovens estão recorrendo à cirurgia?
A principal motivação é a busca por resultados mais harmônicos e duradouros. “A cirurgia mantém os traços naturais, sem criar exageros. Já os preenchedores, quando usados em excesso, podem distorcer a fisionomia”, afirma a Dra. Beatriz Lassance, também membro da SBCP.
Além disso, o corpo mais jovem responde melhor ao procedimento.
“Pacientes mais jovens têm cicatrização mais rápida e os resultados duram, em média, de 10 a 15 anos”, destaca a médica.
Dr. Wellerson Mattioli, diretor da Clínica Moderna Sculpt, reforça:
“A estética moderna prioriza equilíbrio, suavidade e movimento natural. O lifting atual não transforma um rosto, mas restaura sua vitalidade.”

Como eram as técnicas antes — e o que mudou?
Antigamente, o lifting era feito apenas com tração da pele. Isso resultava em rostos artificialmente esticados e cicatrizes com má qualidade, pois a pele recebia toda a tensão da cirurgia.
Hoje, o foco está no tratamento das camadas profundas da face — como musculatura e gordura. “Ao reposicionar estruturas internas, não há necessidade de puxar tanto a pele, o que evita o famoso efeito ‘repuxado’”, explica o Dr. Paolo.
Dra. Beatriz complementa:
“Também entendemos melhor os compartimentos de gordura do rosto. Sabemos que eles envelhecem de forma distinta e devem ser reposicionados ou preservados com precisão.”
E se o paciente já tiver feito preenchimentos?
É cada vez mais comum que pessoas cheguem à cirurgia após várias intervenções com agulhas, lasers e bioestimuladores. Isso não impede o lifting, mas exige cuidado.
“Procedimentos como o bioestímulo de colágeno podem provocar fibroses, dificultando a dissecção dos tecidos durante a cirurgia”, alerta a Dra. Beatriz. Por isso, ela recomenda aguardar pelo menos seis meses entre o uso desses produtos e a realização da cirurgia.
Outro recurso importante é o ultrassom dermatológico. Segundo Dr. Paolo, esse mapeamento permite identificar o local exato das substâncias injetadas anteriormente, aumentando a segurança do procedimento.
Lifting facial é sempre a melhor solução?
Não. O lifting não é uma fórmula única. Muitas vezes, ele precisa ser associado a outros procedimentos, como:
Blefaroplastia (cirurgia das pálpebras), para tratar bolsas e excesso de pele nos olhos;
Deep Neck Lift, indicado para tratar a papada com uma pequena incisão sob o queixo, quando há pouco excesso de pele.
Além disso, mesmo sendo duradouro, o lifting não é eterno. Os retoques futuros devem ser feitos com critério e somente quando houver necessidade real. “A cirurgia plástica é uma arte. E como toda arte, exige sensibilidade, técnica e bom senso”, finaliza o Dr. Mattioli.

Fontes
Dra. Beatriz Lassance – Cirurgiã plástica formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência na Faculdade de Medicina do ABC. Membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), da ISAPS e do American College of Lifestyle Medicine. Instagram: @drabeatrizlassance
Dr. Paolo Rubez – Cirurgião plástico formado pela UNIFESP, membro titular da SBCP, ISAPS, ASPS e Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. Mestre em Cirurgia Plástica pela UNIFESP e certificado em Cirurgia Robótica. Idealizador do Migraine Surgery Academy. Instagram: @drpaolorubez
Dr. Wellerson Mattioli – Cirurgião plástico e diretor da Clínica Moderna Sculpt. Membro titular da SBCP e da BAPS. Especialista em cirurgia da face, com formação no Brasil, EUA e Reino Unido. Instagram: @dr.mattioli
O post Minilifting, Lifting e Deep Plane: técnicas modernas antecipam a idade da cirurgia facial apareceu primeiro em RSVP.