Investir no exterior: 2 ativos que podem disparar com a guerra

A escalada de conflitos no Oriente Médio acende o alerta no mercado global. Muitos investidores brasileiros estão se perguntando: “É hora de tirar o dinheiro do Brasil?” Diante da instabilidade geopolítica e econômica, entender como proteger o patrimônio com investimentos no exterior se tornou uma pauta urgente.

Apesar de parecer complexo, investir fora do país pode ser uma estratégia altamente eficiente, especialmente quando o cenário internacional oferece riscos — mas também grandes oportunidades.

Por que considerar investimentos no exterior?

A diversificação internacional não é apenas uma questão de oportunidade, mas de proteção patrimonial. Ao investir fora do Brasil, você:

  • Protege seu patrimônio contra a desvalorização do real;

  • Se expõe a moedas fortes, como o dólar e o euro;

  • Acessa mercados mais estáveis e empresas globais;

  • Diminui o risco Brasil (político, fiscal e econômico).

Porém, existem detalhes operacionais e tributários que muitos ignoram. Investir no exterior exige planejamento, desde o envio de recursos até a declaração correta no Imposto de Renda, evitando problemas como o bloqueio do CPF por erro na documentação.


Quando faz sentido investir fora?

Segundo especialistas, o investimento internacional se torna mais vantajoso a partir de um patrimônio superior a R$ 100 mil. Abaixo disso, os custos com spread cambial, IOF e eventuais taxas podem corroer parte dos ganhos.

Além disso, o investidor precisa entender que a renda fixa brasileira, atualmente pagando cerca de 14,75% ao ano, ainda oferece uma das maiores taxas reais do mundo, sendo bastante atrativa no curto prazo.

2 ativos que podem disparar com a guerra no Oriente Médio

1. ETFs de ações globais (IVV, VOO e VT)

Os ETFs são fundos que replicam índices de mercado, permitindo ao investidor comprar dezenas ou centenas de empresas com apenas uma cota.

Principais opções:

  • IVV – Replica o S&P 500 (500 maiores empresas dos EUA)

    • Rentabilidade média nos últimos 10 anos: 12,5% ao ano em dólar

    • Taxa de administração: 0,03% ao ano

    • Dividend Yield médio: 1,3% ao ano (tributação de 30% na fonte nos EUA)

    • Cota média: US$ 604

  • VOO – Também replica o S&P 500, com as mesmas características do IVV, mas com cota mais acessível: US$ 54

  • VT – Vanguard Total World Stock ETF

    • Investimento global (58% EUA + 42% resto do mundo)

    • Rentabilidade média: 9% ao ano

    • Taxa de administração: 0,06% ao ano

    • Dividend Yield médio: 1,9% ao ano

    • Cota média: US$ 104

Vantagem:
Você se expõe a empresas como Apple, Microsoft, Google, Tesla, McDonald’s, Coca-Cola e ainda diversifica fora dos EUA (Europa, Japão, China e Brasil).

2. ETF de renda fixa em dólar (AGG)

Para quem busca proteção cambial, mas não quer se expor ao risco de ações, o AGG (iShares Core U.S. Aggregate Bond ETF) é uma excelente opção.

  • Composição:

    • 45% títulos públicos dos EUA (Treasuries)

    • 25% títulos hipotecários

    • 25% títulos corporativos de alto grau

  • Rentabilidade média: 1,4% ao ano em dólar

  • Dividend Yield médio: 4,3% ao ano, pago mensalmente

  • Taxa de administração: 0,03% ao ano

  • Risco: sofre com a alta dos juros nos EUA, mas tende a se valorizar quando os juros caem.

Vantagem:
Protege contra desvalorização do real, com fluxo mensal de dividendos e menor volatilidade que ações.

Cuidado com as taxas escondidas no câmbio

O maior erro do investidor iniciante é ignorar os custos para enviar dinheiro ao exterior. A alíquota de IOF pode variar:

  • 1,1% – Se enviar para conta própria de investimentos

  • 3,3% – Se enviar para conta de terceiros ou se a instituição não estiver classificada como financeira (caso da Wise, dependendo da operação)

Além disso, o spread cambial (diferença entre a cotação comercial e a oferecida pela instituição) pode variar entre R$ 0,05 a R$ 0,30 por dólar, dependendo da plataforma.

👉 Dicas importantes:

  • Sempre consulte a taxa de câmbio antes de fechar a operação.

  • Se possível, negocie melhores condições para valores maiores (acima de US$ 5.000).

  • Utilize plataformas que oferecem contas internacionais vinculadas (Inter, Nomad, Avenue, UVP ou Interactive Brokers).

Como começar a investir no exterior?

  1. Abra uma conta internacional: Inter, Nomad, Avenue ou UVP.

  2. Envie dinheiro com menor IOF possível: priorize transferências para sua própria conta.

  3. Escolha o ETF que melhor se adequa ao seu perfil: ações (IVV, VOO, VT) ou renda fixa (AGG).

  4. Realize a compra na sua plataforma de investimentos: pode ser feita por ordem de mercado ou limitada.

  5. Declaração no Imposto de Renda: Informe os ativos e rendimentos recebidos no exterior para evitar problemas com a Receita Federal.

Vale a pena investir fora do Brasil agora?

A resposta depende do seu patrimônio, perfil e objetivos. Com a Selic elevada, muitos investidores ainda são bem remunerados no Brasil. No entanto, quem busca:

  • Proteção cambial

  • Diversificação global

  • Exposição às maiores empresas do mundo

… deve considerar, sim, alocar parte da carteira no exterior, especialmente via ETFs, que oferecem baixo custo, simplicidade e diversificação automática.

Em um mundo cada vez mais incerto, com guerras, inflação, juros elevados e crises geopolíticas, o investidor inteligente entende que diversificar internacionalmente é mais do que uma estratégia — é uma necessidade.

Seja por meio dos ETFs IVV, VOO, VT ou AGG, o caminho está claro: proteger, diversificar e crescer.

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