Ataque israelense que matou vários cientistas bélicos iranianos deu início a uma série de ofensivas
| Foto: Jack Guez | AFP
De acordo com funcionários do governo norte-americano, o planejamento do ataque foi ocultado, ao adiar por duas semanas a ofensiva. Ao final da semana, autoridades americanas passaram a acreditar que o Irã não estava pronto para voltar à mesa de negociações e firmar um acordo nuclear satisfatório, depois que líderes europeus se encontraram com eles na sexta-feira, 19.Bombardeio pode parar o programa nuclear iraniano?Analistas de inteligência ainda avaliam para determinar o quanto os ataques dos EUA a três importantes bases nucleares iranianos prejudicaram a capacidade de Teerã de construir uma arma nuclear.Antes dos ataques, oficiais de inteligência dos EUA acreditavam que a extensa campanha de mísseis de Israel contra o Irã, que também matou vários cientistas iranianos de alto escalão, havia atrasado o Irã por apenas alguns meses.
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O presidente do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, disse na manhã de domingo, 22, que era “muito cedo” para comentar se o Irã ainda mantém algumas capacidades nucleares.
Ataque israelense no Teerã aconteceu no dia 13 de junho
| Foto: Iranian Red Crescent / AFP
Outra questão chave, segundo um dos legisladores sênior dos EUA, é se o Irã já havia transferido suas reservas de urânio altamente enriquecido das instalações em questão antes de os EUA jogarem bombas sobre elas. Trump havia tornado público que estava considerando atacar pelo menos um dos locais, Fordow, e “os iranianos não são idiotas”, disse essa pessoa.Mas, sem a presença de tropas americanas ou aliadas no terreno para inspecionar fisicamente os locais, responder a essa pergunta se torna infinitamente mais difícil.Posicionamento brasileiroO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenou o ataque dos Estados Unidos e Israel a instalações nucleares do Irã neste domingo, 22. Em nota divulgada pelo Itamaraty, a gestão Lula afirmou que ataques a centros de desenvolvimento nuclear são uma transgressão às normas das Nações Unidas (ONU) e uma violação do direito internacional.”Ações armadas contra instalações nucleares representam uma grave ameaça à vida e à saúde de populações civis”, disse a nota, afirmando que há risco de contaminação radioativa e a desastres ambientais de larga escala após os ataques.