Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro e dividendos rebaixados por banco internacional

 O Goldman Sachs, um dos maiores bancos de investimento do mundo, revisou para baixo suas projeções sobre o Banco do Brasil (BBAS3), reduzindo tanto a expectativa de lucro líquido quanto o percentual de distribuição de dividendos (payout) para o exercício de 2025. A informação foi divulgada em relatório encaminhado a clientes institucionais na última semana de junho.

A revisão acontece em meio à contínua queda das ações do BBAS3 na B3, com o papel registrando desvalorização acumulada superior a 20% em 2025. Investidores e analistas aguardam a divulgação oficial do novo guidance do banco para o ano, que ainda não foi atualizado desde o último informe trimestral.

Quais são as novas projeções do Goldman Sachs?

Segundo o relatório do Goldman Sachs, o lucro líquido estimado para o Banco do Brasil em 2025 foi reduzido de R$ 37 bilhões para R$ 32 bilhões, uma queda de 13,5% em relação à projeção anterior. Além disso, o payout previsto — ou seja, a fatia do lucro que será distribuída aos acionistas — foi revisado de 45% para 35%.

Com essa mudança, os dividendos esperados para o ano também diminuem. Caso o lucro líquido fique em R$ 32 bilhões e o payout em 35%, o total distribuído em dividendos seria de R$ 11,2 bilhões. Com 2,87 bilhões de ações em circulação, o valor por ação estimado seria de aproximadamente R$ 3,90, o que representa um dividend yield projetado de cerca de 15%, considerando a cotação atual próxima a R$ 26.

Impactos nas ações e no mercado

A BBAS3 já vinha sofrendo com a pressão vendedora nas últimas semanas, em meio à incerteza fiscal no Brasil, aumento do risco político e críticas à política monetária. A divulgação do rebaixamento do Goldman Sachs apenas reforçou o viés negativo.

Nos últimos 30 dias, a ação do Banco do Brasil recuou de R$ 33,10 para R$ 26,45, uma queda de 20,1%, segundo dados da B3. Parte do mercado começa a testar patamares técnicos inferiores, com algumas análises apontando possíveis suportes entre R$ 22 e R$ 20, caso o ambiente macroeconômico continue adverso.

Guidance oficial ainda não foi atualizado

Apesar das projeções do Goldman Sachs e de outras casas de análise como XP, Itaú BBA e BTG Pactual, o Banco do Brasil ainda não atualizou oficialmente seu guidance para 2025. O documento mais recente, publicado com os resultados do 1º trimestre, projeta um lucro ajustado entre R$ 31 bilhões e R$ 35 bilhões, com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) entre 17% e 20%.

O banco também reafirmou, na ocasião, sua política de dividendos, que prevê payout mínimo de 25%, mas pode chegar a 45%, dependendo da aprovação do conselho e da situação financeira do banco.

Posicionamento dos investidores

A pressão sobre BBAS3 é particularmente relevante para investidores de longo prazo e fundos previdenciários, já que o papel representa uma das maiores posições da carteira de muitos investidores institucionais e pessoa física, devido ao seu histórico de rentabilidade e dividendos consistentes.

Segundo levantamento da B3, cerca de 1,5 milhão de CPFs têm posição em ações do Banco do Brasil, o que evidencia a relevância do papel para o investidor nacional.

Expectativas e próximos passos

O mercado agora aguarda a divulgação do próximo resultado trimestral e, sobretudo, a revisão oficial do guidance, que deverá trazer uma nova estimativa de lucro e detalhamento sobre os impactos das mudanças no cenário macroeconômico, inadimplência no agro e eventual revisão da política de dividendos.

Até lá, analistas recomendam cautela, já que as ações podem continuar pressionadas caso o novo guidance confirme as projeções mais conservadoras.

O post Banco do Brasil (BBAS3) tem lucro e dividendos rebaixados por banco internacional apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.