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De boa cepaDirigida pelo ator baiano Jackson Costa e com dramaturgia assinada pela poetisa capixaba Elisa Lucinda, Jackson Costa e a própria Cyria, a montagem estreou em 2014 e rendeu à intérprete o Braskem de Teatro daquele ano na categoria de melhor atriz.“Dirigir Cyria é como ser piloto de Fórmula 1 e dirigir uma Ferrari. É também um ato de amor, onde dirijo a ela tudo que sei e que continuo a aprender, sempre, sobre dizer poemas. É, aprender com ela, que é das maiores atrizes do Brasil, a ser melhor ator. Cyria é atriz de boa cepa, pra toda obra”, derrama-se em elogios, Jackson.Em Love, o amor é o fio condutor que atravessa as experiências da personagem, revelando delícias, contradições, dores e epifanias das relações humanas. No palco, a atriz segue um roteiro construído para obedecer ao percurso das etapas de uma relação amorosa.Para Jackson, um dos propósitos deste monólogo é trazer para a cena a força, a beleza e o poder da palavra poética, sem o tom declamatório, para falar de amor e de todos os caminhos e sentimentos que uma relação afetiva pode proporcionar.“Love é também uma declaração de amor à plateia, já que o teatro, para existir, precisa da atriz/ator e do público que, inclusive, precisa voltar a frequentar mais essa casa tão importante, para a compreensão e construção das relações humanas, que é o teatro”, sinaliza Costa.Ele garante que as pessoas vão se deparar com o que nenhuma tecnologia é capaz de proporcionar: um encontro com elas mesmas. “Porque o teatro nada mais é do que um espelho que mostra a cara e a alma da sociedade. Garanto que todos que estiverem no teatro já passaram, passarão ou estão passando pelas situações em que a atriz passa em cena quando, de forma generosa e corajosa, ‘abre-se em flor sob as luzes do palco’”, discorre o diretor, citando certo poeta santo-amarense.Coletânea primorosaJá acomodada na poltrona, a plateia vai assistir a uma atriz interpretando uma coletânea de belos textos que retratam os diversos momentos de uma relação amorosa.“É como se o público estivesse olhando pelo buraco da fechadura as entranhas da personagem”, pontua Cyria.Ela conta ainda que durante estes 11 anos em cartaz sua maneira de dizer o texto mudou. “Está mais madura. Gosto mais agora (risos)”. E que o amor é uma força encantada que transforma a vida para melhor. “É também o meu propósito como artista, melhorar o mundo e as pessoas”.É tarefa de Love, também, levar a literatura poética brasileira e estrangeira para a cena, e com isso promover um encontro do público com a engenhosa linguagem da poesia sob um viés mais contemporâneo.Inquieta, Cyria já tem novos projetos em andamento. “Acabei de rodar um filme, Minha Querida Alice, que tem a Rafa Kalimann como protagonista e eu faço a mãe dela. Ainda sem data de estreia. E agora, no segundo semestre, estamos montando uma turnê pelo interior da Bahia com o espetáculo Macetando o Apocalipse, do grupo Los Catedrásticos”.LOVE / Teatro Molière – Aliança Francesa (ladeira da Barra) / Até 27 de julho / Sábado, 19h – Domingo, 18h / R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia) / Vendas: Sympla