Ouro ou Bitcoin? O GBTC11 aposta nos dois para diversificação

A Buena Vista, em parceria com a Hashdex, acaba de lançar o GBTC11, um ETF inovador que combina dois ativos historicamente descorrelacionados: ouro e Bitcoin. A proposta é simples e poderosa: oferecer aos investidores uma exposição diversificada entre um ativo tradicional, considerado reserva de valor (ouro), e uma inovação tecnológica que cresce em aceitação global (Bitcoin).

O ETF tem início de negociações previsto para 30 de julho de 2025, com cotas iniciais estimadas na faixa dos R$ 30. Ele replica o índice FTSE Bitcoin & Gold Risk Parity Index, que usa uma metodologia de paridade de risco para ajustar as alocações entre os dois ativos conforme sua volatilidade nos últimos 90 dias.

Atualmente, a carteira teórica do índice está composta por cerca de 66% em ouro e 34% em Bitcoin, privilegiando a estabilidade do ouro frente à alta volatilidade do Bitcoin.

Por que unir ouro e Bitcoin?

Ouro: a reserva de valor milenar

O ouro sempre foi procurado em tempos de crise e inflação. Em momentos como o New Deal (1934), a crise do fim do acordo de Bretton Woods (1970) e a crise financeira de 2008-2011, o metal precioso apresentou fortes valorizações. De acordo com levantamentos históricos, o ouro se valorizou mais de 500% entre 2000 e 2024, justamente em ciclos de maior incerteza.

Bitcoin: a revolução digital

O Bitcoin, por sua vez, surgiu em 2009 como uma alternativa ao sistema financeiro tradicional. De lá para cá, acumulou valorizações superiores a 10.000% em alguns ciclos, mesmo com fortes oscilações. Sua escassez programada e independência de governos e bancos centrais o tornam atrativo para investidores dispostos a enfrentar maior risco em troca de maiores retornos.

Como funciona a estratégia do GBTC11?

O diferencial do GBTC11 está na forma como ele gerencia o risco dos ativos.

Metodologia de paridade de risco

  • O índice calcula a volatilidade dos dois ativos nos últimos 90 dias.

  • O ativo com menor volatilidade recebe maior peso na carteira.

  • Atualmente, como a volatilidade do Bitcoin é cerca de 3 vezes maior que a do ouro (aproximadamente 60% vs. 20%), o índice está mais concentrado no ouro.

Essa abordagem cria uma espécie de “freio” para os altos e baixos do Bitcoin, mantendo a carteira mais estável sem abrir mão do potencial de valorização.

Principais vantagens e desvantagens

Vantagens

  •  Diversificação entre ativos descorrelacionados
  •  Gestão automática da volatilidade
  •  Simplicidade operacional para quem não quer gerenciar ouro e Bitcoin separadamente
  •  Exposição ao potencial de alta do Bitcoin com mitigação de riscos

Desvantagens

  • Não se beneficia integralmente das altas do Bitcoin
  • Possível ausência de distribuição de dividendos
  • Menor retorno potencial em comparação a investir diretamente nos ativos

Estatísticas relevantes para avaliar

Indicador Ouro (últimos 12 meses) Bitcoin (últimos 12 meses) GBTC11 (simulação do índice)
Rentabilidade +18% +135% +42%
Volatilidade anualizada 20% 65% 28%
Correlação com Ibovespa -0,1 0,2 0,05
Participação atual na carteira 66% 34% 100%

Esses números ajudam a entender por que o GBTC11 se posiciona como um meio-termo entre os dois ativos, com menor volatilidade que o Bitcoin e maior retorno potencial que apenas o ouro.

O GBTC11 pode ser interessante para quem:

  • Não tem ouro nem Bitcoin na carteira e busca uma porta de entrada simplificada.

  • Quer reduzir a exposição ao risco do Bitcoin sem abrir mão de algum potencial de alta.

  • Valoriza a proteção contra crises e a inflação.

Por outro lado, para perfis mais arrojados, pode fazer mais sentido comprar os ativos diretamente para capturar movimentos extremos de valorização, especialmente do Bitcoin.

O GBTC11 chega ao mercado como uma solução prática para quem deseja combinar a solidez do ouro e a inovação do Bitcoin em um único produto. Ele oferece uma estratégia de paridade de risco que privilegia estabilidade sem anular a possibilidade de crescimento, funcionando como um bom componente para diversificação em uma carteira de longo prazo.

Para investidores que buscam proteger seu patrimônio e, ao mesmo tempo, participar de novas tendências, o GBTC11 pode ser uma alternativa inteligente — desde que se entenda suas limitações e objetivos.

 

O post Ouro ou Bitcoin? O GBTC11 aposta nos dois para diversificação apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.