Dólar dispara a R$ 5,89 com temor de novas tarifas de Trump; Brasil busca estreitar laços com a China

A terça-feira (15) foi marcada por forte volatilidade no câmbio e nos mercados financeiros, refletindo a crescente tensão entre Estados Unidos e China após o avanço de tarifas de importação impulsionadas por Donald Trump. O dólar comercial encerrou o dia com alta de 0,66%, cotado a R$ 5,89, enquanto o Ibovespa subiu apenas 0,16%, a 129.245 pontos, pressionado pela queda de ações de peso como Vale (-1%) e Petrobras (-2,3%).

Tensões globais e incerteza no radar

O principal fator que elevou o dólar foi a percepção de risco aumentada com a escalada da guerra comercial entre Washington e Pequim. O ex-presidente Donald Trump defende tarifas de até 145% sobre produtos chineses, gerando incertezas sobre o futuro do comércio global. A resposta da China veio à altura: elevação das tarifas de importação sobre produtos dos EUA para até 125%.

Esse cenário afeta diretamente os mercados emergentes, como o Brasil, onde investidores adotam postura mais defensiva diante da instabilidade externa. Além disso, houve movimentações relevantes por parte de grandes corporações, como a Apple, que acelerou o envio de US$ 2 bilhões em iPhones em março para escapar das tarifas iminentes.

PLDO 2026 e indicadores econômicos

No plano doméstico, o governo brasileiro apresentou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2026. O documento prevê salário mínimo de R$ 1.630 e mantém a meta de superávit primário em 0,25% do PIB, com previsão de crescimento econômico de 2,5% e inflação estimada em 3,5%, em linha com a meta do Banco Central.

Brasil se aproxima da China em meio à guerra comercial

Enquanto EUA e China travam uma disputa tarifária intensa, o Brasil vê uma oportunidade de ouro para fortalecer seus laços com a potência asiática. A alta cúpula do Ministério da Agricultura da China está no Brasil esta semana para reuniões bilaterais com o ministro Carlos Fávaro, em meio aos encontros do Grupo Agrícola dos BRICS em Brasília.

A estratégia brasileira é clara: preencher o vácuo deixado pelos produtos americanos no mercado chinês, especialmente no setor agropecuário. O governo sinalizou que está aberto para cooperação em segurança alimentar e firmar novos acordos comerciais que beneficiem ambos os lados.

Impactos para o investidor e para o agronegócio

Com a instabilidade global em alta, o Brasil precisa manter equilíbrio entre os seus interesses comerciais e sua posição diplomática. O fortalecimento da parceria com a China pode abrir portas para novos mercados, impulsionar as exportações agrícolas e minimizar os efeitos adversos da desaceleração econômica global.

Para os investidores, o momento exige atenção redobrada. A valorização do dólar aumenta os custos de importação e pressiona a inflação, o que pode impactar decisões futuras de política monetária. O cenário de incerteza também tende a favorecer ativos de proteção, como o ouro e títulos públicos indexados à inflação.

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