
Com vários cartazes, grupo lamentou o ocorrido e pediu por justiça na quadra do colégio onde o jovem estudava, na segunda-feira (7). Escola e colegas fazem homenagem a adolescente espancado até a morte em Manaus.
Reprodução/Redes Sociais
Estudantes da Escola Estadual (E.E) Jairo da Silva Rocha fizeram uma homenagem ao adolescente Fernando Vilaça da Silva, de 17 anos, espancado até a morte após reagir a ofensas em Manaus. Com vários cartazes, eles lamentaram o ocorrido e pediram por justiça na quadra do colégio onde o jovem estudava, na segunda-feira (7).
Fernando foi agredido na rua Três Poderes, no bairro Gilberto Mestrinho, Zona Leste de Manaus. A agressão ocorreu na quarta-feira (3), e a morte foi confirmada na manhã de sábado (5). A perícia do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa foi edema cerebral, traumatismo craniano, hemorragia craniana e ação contundente. A Polícia Civil do Amazonas investiga o caso como bullying.
A homenagem foi publicada nas redes sociais da escola. A publicação mostra fotos dos estudantes com os cartazes preenchidos com mensagens pedindo por justiça, de apoio à família e de conscientização contra o bullying. “Bullying não é brincadeira”, dizia um dos cartazes.
O momento contou ainda com a participação de ex-alunos. O grupo cantou músicas religiosas e reforçou a importância de combater a violência.
Colegas de classe também montaram uma espécie de memorial na carteira onde Fernando costumava sentar dentro da sala de aula. O local foi preenchido com fotos do adolescente e imagens simbolizando o luto.
Carteira onde Fernando costumava sentar na sala onde estudava com imagens dele em símbolo de luto pelo ocorrido.
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Familiares lamentam
A dor da perda vem acompanhada do sentimento de impotência. Segundo o irmão de Fernando, Wellyngson Bob, o adolescente vinha relatando ameaças e ofensas.
“Ele falou pra gente no domingo [antes da agressão]. Disse que não aguentava mais, mas quando fomos atrás deles, já era tarde. A gente queria ter evitado isso. Queria ter protegido ele”, disse, emocionado.
De acordo com Wellyngson, os agressores não eram da comunidade. Tinham chegado recentemente ao bairro, vindos de outro local onde também teriam se envolvido em confusões.
“Eles não conheciam ninguém aqui. Já vieram com esse comportamento. Agrediram até crianças pequenas. O neto da minha vizinha, de 5 anos, e o de outro vizinho também foram vítimas. Era uma ameaça constante pra todo mundo, e meu irmão era o alvo principal”, contou.
Fernando era descrito como um jovem tranquilo, querido por todos.
“Meu irmão era uma ótima pessoa. Ele só queria viver, só isso. Não merecia isso. Queremos justiça. Que ninguém mais passe pelo que a gente está passando”, desabafou o irmão.
Investigação da polícia
Vídeos feitos por testemunhas no momento da agressão circularam nas redes sociais e ajudaram a polícia a identificar os envolvidos. Veja abaixo:
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A Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai) informou que os suspeitos de cometer a agressão já foram identificados e que trabalha para localizá-los. A polícia disse ainda que não divulgará mais detalhes para não atrapalhar as investigações.
“A prática de bullying também é crime e será sempre tratada com o rigor que a lei exige”, conclui a nota da Polícia Civil.
O caso reacende o debate sobre a escalada da violência entre adolescentes, a ausência de medidas preventivas e o papel do Estado na proteção da juventude. Para a família de Fernando, agora resta o luto — e a esperança de que a morte dele não seja em vão.
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