A busca por dividendos mensais atrai cada vez mais investidores em um cenário de juros elevados e volatilidade em ações de crescimento. Duas empresas se destacam atualmente: Klabin (KLBN11) e JHSF (JHSF3). Ambas reúnem fundamentos sólidos, valuation descontado e histórico de pagamentos regulares, tornando-se opções atrativas para quem busca fluxo de caixa constante.
Klabin: diversificação e desalavancagem em foco
Desde a forte oscilação no início do ano, Klabin consolidou seu posicionamento como uma das papéis mais “baratos” do setor de papel e celulose, especialmente para quem define teto de compra em até R$ 4.
Principais pontos de valuation
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EV/EBITDA em níveis inferiores a quase todos os patamares históricos, à exceção de 2022–2023, quando a companhia alcançou resultados recordes e desalavancagem mínima.
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PL (Preço/Lucro) abaixo da média setorial, sem, contudo, ser historicamente “barato” em termos absolutos.
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P/VP (Preço/Valor Patrimonial) negociando acima de 1×, refletindo o crescimento de patrimônio provocado por investimentos recentes.
Projetos que sustentam a tese de investimento
Nos últimos anos, Klabin captou cerca de R$ 15 bilhões para:
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Modernização dos “Puma” (alto rendimento de papel kraft).
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Ampliação da unidade Figueira.
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Implantação de projeto florestal próprio, garantindo matéria-prima e reduzindo custos de terceiros.
Com essas iniciativas, a empresa projeta:
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Redução do custo de produção no médio prazo.
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Potencial geração de caixa adicional a partir da exploração de excedentes nas áreas florestais.
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Expectativa de dividend yield de 7%–8% caso o preço de aquisição se mantenha até R$ 4.
Riscos e diferenciais
Embora o segmento de commodities seja historicamente sensível a ciclos econômicos, Klabin mitiga riscos ao:
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Diluir receita em diversos produtos de papel e embalagens, não ficando refém de um único segmento;
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Expandir geograficamente suas vendas, com participação crescente no mercado doméstico;
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Manter endividamento em trajetória de queda, o que amplia a margem de segurança para novos aportes.
JHSF: receita recorrente e dividendos mensais
Tradicionalmente ligada à incorporação de alto padrão, JHSF consolidou em 2023 a transição para negócios de renda recorrente — shoppings, aeroportos e locação de imóveis — com geração de caixa estável e dividendos praticamente mensais.
Estrutura de receitas e margens
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Shoppings: margem operacional de 55%.
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Aeroporto de Boa Vista: margem de 57%.
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Locação (residencial, clubes, lajes): margem de até 86%.
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Incorporação: embora ainda relevante, responde por menos de 40% do EBITDA e entrega margem de 72% em projetos premium.
Valuation atrativo
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PL em mínima histórica, não por desvalorização pura das ações, mas por aumento consistente de lucros.
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P/VP abaixo da média de mercado, impulsionado pela expansão do patrimônio líquido.
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Endividamento de 1,7× EBITDA, com caixa suficiente para honrar compromissos até 2028 e amortização moderada no ciclo seguinte.
Perspectivas e dividendos
Desde 2023, JHSF distribui em média R$ 0,03 por ação todo mês, com projeção de elevar esse patamar a cerca de R$ 0,04 mensais em 2026 — o que, ao preço atual, pode significar yield de até 9%. A diversificação entre incorporação e operação de ativos de alto retorno garante previsibilidade e resiliência em diferentes cenários macroeconômicos.
Para investidores que priorizam dividendos mensais, Klabin e JHSF reúnem atributos complementares:
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Klabin: foco em desalavancagem, projetos de eficiência e yield atrativo abaixo de R$ 4.
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JHSF: receita recorrente robusta, margens elevadas e distribuição constante de proventos.
A decisão final deve considerar a alocação desejada em commodities versus real estate e o preço-teto definido pelo investidor. Ambos os papéis, no entanto, oferecem fluxo de renda periódico e valuation descontado, alinhando potencial de crescimento e geração de caixa.
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