Receber proventos constantes e previsíveis é o objetivo de milhares de investidores que apostam em ações que pagam dividendos. Em um levantamento recente com 13 carteiras recomendadas por analistas, algumas empresas se destacam por seu histórico de distribuição, solidez e potencial de retorno. A seguir, conheça as favoritas do mercado e por que elas continuam atraindo atenção — mesmo em um cenário econômico desafiador.
Petrobras segue como líder em indicações
Petrobras (PETR4) aparece como a ação mais recomendada entre as carteiras analisadas, com 9 indicações entre 13 análises. Mesmo com a queda de cerca de 20% no preço do barril de petróleo nos últimos 12 meses — atualmente cotado na casa dos US$ 68 — a estatal ainda se mostra extremamente competitiva, com baixo custo de extração e ativos de alta qualidade.
Proventos robustos, mesmo com petróleo mais barato
Especialistas do BTG Pactual destacam que a Petrobras deve continuar atrativa, com dividend yields (DY) estimados entre 10% e 12%, mesmo sem contar eventuais proventos extraordinários. Segundo o Santander, caso o petróleo caia para US$ 50, a petroleira ainda teria capacidade de distribuir entre 8% e 9% em dividendos, graças à eficiência de produção.
Além disso, o mercado já projeta dois grandes pagamentos de dividendos ainda em 2025: um com base no balanço do segundo trimestre e outro referente ao terceiro. A expectativa é de pagamentos em novembro e dezembro, reforçando o papel da empresa como uma geradora de renda para o investidor.
Itaú é a segunda preferida, mas exige atenção
Itaú Unibanco (ITUB4) recebeu 7 recomendações, sendo a segunda mais citada no ranking. A empresa tem se beneficiado de bons balanços e lucros consistentes, mas analistas alertam sobre a atual precificação: ITUB4 está sendo negociada a 2,0x seu valor patrimonial e quase 10x o lucro anual, o que pode indicar pouco espaço para valorização adicional no curto prazo.
ITUB3 pode ser uma alternativa mais vantajosa
Apesar da recomendação para ITUB4, investidores atentos sugerem considerar ITUB3, que possui preço mais baixo, mesmos dividendos por ação e, portanto, um dividend yield superior. Para o pequeno investidor, essa pode ser uma estratégia mais eficiente para maximizar os ganhos.
Ranking completo das ações mais indicadas para dividendos
Abaixo, a lista das empresas mais recomendadas considerando as 13 carteiras de analistas:
| Empresa | Nº de Recomendações | Dividend Yield Estimado |
|---|---|---|
| Petrobras (PETR4) | 9 | 10% a 12% |
| Itaú (ITUB3/4) | 7 | 8% a 9% |
| Copel (CPLE6) | 5 | 6% a 8% |
| Cemig (CMIG4) | 5 | 7% a 8% (recorrente) |
| Vale (VALE3) | 4 | 8% a 9% |
| Vivo (VIVT3) | 4 | ~6% |
| Caixa Seguridade (CXSE3) | 3 | até 11% |
Copel e Cemig: estatais em destaque
A Copel se destaca por sua nova política de distribuição, com payout mínimo de 75% do lucro ajustado. Se os lucros forem mantidos, o dividend yield pode chegar a 8%. Já a Cemig teve DY inflado por eventos extraordinários, como desinvestimentos, e os analistas projetam recorrência na faixa de 7% a 8%.
Caixa Seguridade: previsibilidade e crescimento
Com contratos de seguro habitacional de longo prazo e forte atuação em previdência, a Caixa Seguridade (CXSE3) oferece estabilidade e previsibilidade de receita. Segundo o BTG Pactual, a empresa pode pagar até 11% de dividend yield nos próximos 13 meses — com cinco distribuições já programadas entre agosto deste ano e agosto do próximo.
Além disso, a companhia tem entregado crescimento de lucros acima de 10% ao ano, tornando-se uma opção sólida para quem busca renda constante com segurança.
Cuidado com a euforia: atenção à precificação
É importante lembrar que dividendos passados não garantem retornos futuros. Algumas ações, como a Vivo, aparecem com altas recomendações, mas estão negociadas a múltiplos historicamente elevados, o que pode indicar sobrevalorização.
No caso da Vivo, o P/L (preço sobre lucro) está próximo de 20x, o maior em 10 anos para a empresa. Isso, aliado ao anúncio de que a controladora Telefónica pode vender 20% da participação na operadora, levanta um alerta para investidores mais conservadores.
Crescimento de longo prazo compensa
Mesmo com as oscilações do mercado, as empresas citadas entregaram crescimento expressivo nos últimos 10 anos:
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Petrobras: +800%
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Itaú: +670%
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Copel: +890%
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Cemig: +330%
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Vale: +450%
Esses resultados superam com folga o CDI e a inflação do período, mostrando que ações com bons dividendos também podem valorizar no longo prazo.
Dividendos continuam sendo estratégia sólida
Para quem busca renda passiva e crescimento patrimonial, montar uma carteira com ações pagadoras de dividendos continua sendo uma estratégia eficaz. Empresas como Petrobras, Itaú, Copel e Caixa Seguridade são opções robustas que aliam previsibilidade, crescimento e retorno ao investidor.
Entretanto, é fundamental avaliar o momento de entrada, entender os riscos de cada papel e manter uma estratégia de reinvestimento dos proventos — o que potencializa o efeito dos juros compostos ao longo do tempo.
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