Leia Também:
PCC: polícia argentina identifica membros e práticas da facção no país
Tarifaço: Lula toma atitude ‘internacional’ contra Trump; saiba qual
Pressão dos EUA: Putin encontra enviado de Trump antes de sanções
Os impactos são inesgotáveis, principalmente na agricultura, no saneamento e na resiliência às mudanças climáticas. Nas regiões que sempre sofreram com a seca, a tendência é que a desertificação piore.
Manaus (AM), está entre as regiões brasileiras que mais sofrem pela seca
| Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Conforme os pesquisadores, até as áreas que anteriormente mostravam tendências de aumento da umidade agora estão ficando mais secas ou, pelo menos, não estão ficando mais úmidas no ritmo detectado anteriormente.Missões de envio de satélitesAs missões GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment, ou Experimento de Recuperação da Gravidade e Clima, em tradução livre) e sua sucessora, GRACE Follow-on, medem as variações na força da gravidade da Terra, que depende da distribuição de massa dentro do planeta. Ambas as missões usam satélites capazes de monitorar a gravidade das massas de água, e detectar eventuais mudanças na distribuição.Influência dos fenômenosOs dados apontaram que a seca se acelerou em 2014, quando o El Niño mais forte do que a média desequilibrou o clima global.Já entre 2014 e 2016, este El Niño provocou uma forte temporada de furacões na região do Pacífico e contribuiu para secas devastadoras na África e, na época, temperaturas superficiais recordes em todo o mundo.O fenômeno inverso subsequente, La Niña, que geralmente facilita um resfriamento temporário, não reverteu a perda progressiva de água. E o problema não é fácil de ser solucionado: segundo os autores, estas águas subterrâneas “não serão repostas numa escala temporal humana”.
Enchentes no Rio Grande do Sul também são consequências das mudanças climáticas
| Foto: NELSON ALMEIDA / AFP
“O desaparecimento das águas subterrâneas dos aquíferos mundiais constitui uma ameaça crítica e emergente para a humanidade e apresenta riscos em cascata que raramente são incorporados nas políticas, gestão e governança ambientais”, os autores escreveram no artigo.“Trata-se de um recurso intergeracional que está sendo mal gerenciado pelas gerações recentes, se é que está sendo gerenciado, com um custo tremendo e excepcionalmente subestimado para gerações futuras”, diz o estudo.