O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou em abril de 2025 que o sistema monetário internacional pode passar por uma redefinição caso as condições financeiras globais se deteriorem rapidamente. O aviso ocorre em meio a um cenário de pressão sobre o dólar americano e fortalecimento do euro, que vem ganhando espaço como alternativa nas reservas globais.
Estabilidade e reformas fortalecem a moeda europeia
Enquanto o dólar oscila diante de incertezas políticas e econômicas nos Estados Unidos, o euro mantém estabilidade, apoiado por reformas estruturais na União Europeia. Entre as principais iniciativas estão:
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União Bancária: padronização das regras para bancos e criação de uma rede de segurança comum.
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União dos Mercados de Capitais: facilitação para empresas captarem recursos e investidores aplicarem em qualquer país da zona do euro.
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Euro digital: em fase final de preparação, com previsão de implementação até 2028, visando reduzir dependência de sistemas de pagamento não europeus.
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Ampliação da zona do euro: com a entrada da Bulgária aprovada para 2025.
Comparativo de desempenho — Euro x Dólar em 2025
Indicador | Dólar Americano (DXY) | Euro |
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Variação acumulada no ano | -10,0% | +13,5% |
Posição nas reservas globais | 1º | 3º* |
Tendência de reservas de bancos centrais | Queda (75% planejam reduzir) | Estável/Alta |
Fatores que impulsionam o euro
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Desvalorização do dólar: As políticas comerciais imprevisíveis do governo americano e a meta declarada de enfraquecer a moeda para favorecer exportações aumentam a insegurança dos investidores.
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Diversificação de reservas: Bancos centrais têm reduzido exposição ao dólar, buscando ouro e outras moedas — com destaque para o euro.
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Credibilidade do BCE: O Banco Central Europeu mantém independência e foco na estabilidade de preços, fator que sustenta a confiança na moeda.
Desafios para superar o dólar
Apesar do avanço, especialistas apontam que o euro ainda enfrenta obstáculos para competir diretamente com o dólar como principal moeda de reserva global. Entre os desafios estão:
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Falta de mercado unificado de títulos (eurobonds permanentes e em larga escala).
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Baixa integração fiscal e política na UE.
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Menor influência geopolítica e militar em relação aos EUA.
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Fragmentação regulatória nos mercados de capitais.
O euro não deve substituir o dólar no curto prazo, mas o cenário de enfraquecimento da moeda americana cria oportunidades para que a União Europeia amplie sua influência financeira e geopolítica. A emissão regular e robusta de títulos europeus poderia acelerar esse processo, fortalecendo a moeda como pilar do sistema monetário internacional.
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