MP pede soltura de suspeito da morte da esposa em Alphaville, na Grande SP; acusado acionou resgate dizendo que ela tinha tido convulsão


Polícia prende suspeito de matar a companheira em Alphaville, em SP
Reprodução/TV Globo
O Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça que o Fábio Seoane Soalheiro, de 59 anos, investigado pela morte da companheira em Alphaville, na Grande SP, seja solto. O pedido de soltura foi feito pelo promotor criminal Vitor Petri.
Seoane foi preso em flagrante no início de agosto, depois que os investigadores viram indícios de que ele poderia ser o autor da morte de Bruna Martello Carvalho, de 35 anos, encontrada morta no apartamento do casal em Barueri, com ferimentos na cabeça, no rosto, nos braços e nas pernas.
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No dia da morte de Bruna, Fábio Seoane chegou a ligar para o resgate do SAMU, alegando que Bruna tinha tido uma convulsão e batido com a cabeça.
A prisão foi feita pelos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de Barueri, uma vez que o marido da vítima apresentava ferimentos nas mãos.
Seoane já era procurado pela Justiça de Santa Catarina por descumprir medida protetiva em outro caso de violência doméstica que teria acontecido em Blumenau, além de ser alvo de ter um mandado de prisão em aberto por pensão alimentícia atrasada.
Polícia prende suspeito de matar a companheira em Alphaville, em SP
A família de Bruna se diz revoltada com o pedido, uma vez que “só ele estava com ela no apartamento, os vizinhos ouviram briga, a perícia concluiu que ela morreu por asfixia, ele só chamou socorro 8 horas depois da morte e já estava com malas e até o gato no carro para fugir. Mesmo assim, o promotor pede a soltura”.
👉 Segundo a GCM, Soalheiro negou ter agredido a vítima. A defesa dele disse no dia da prisão que o “acusado nega veementemente qualquer intenção dolosa colaborou com as autoridades desde o primeiro momento e confia que, ao final da instrução criminal, a verdade será restabelecida” (veja íntegra da nota abaixo).
No pedido de soltura, o promotor diz que o laudo necroscópico da morte de Bruna “dá conta de que a vítima apresentava lesões de natureza leve pelo corpo (escoriações, equimoses e enantemas) aparentemente, contudo, sem relação direta com a causa da morte, que ainda não foi determinada (aguardando resultados toxicológicos e anatomopatológico)”.
“Como a causa da morte ainda não foi determinada, não há elementos suficientes para a formação de opinio delicti e, consequentemente, para o oferecimento de denúncia”, escreveu Vitor Petri.
O promotor pede à Justiça que, ao ser solto, o empresário cumpra medidas cautelares como proibição de viajar e mudar de endereço, além de fornecer as senhas de seus equipamentos eletrônicos para averiguação da Justiça e dos investigadores.
A prisão de Fábio Seoane
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a GCM foi chamada por volta das 9h para atender à ocorrência. Ao chegarem ao local, o homem relatou aos agentes que a companheira havia passado mal e morrido.
Ao entrarem no apartamento, os guardas encontraram o imóvel em desordem e com diversas manchas que seriam de sangue, indicando que teria ocorrido um confronto. A vítima foi encontrada caída ao lado da cama.
Polícia prende homem suspeito de matar a mulher em SP
Reprodução
Quando os nossos guardas chegaram lá viram que tinham indícios de agressão, tinha sangue na vítima, hematomas. Em vários locais do apartamento, tinha sangue. Então, a equipe já suspeitou.
Segundo o boletim de ocorrência, as lesões apresentadas na vítima não eram “compatíveis com movimentos espontâneos decorrentes de uma convulsão”. Além disso, pelo estado em que se encontrava o corpo dela “era impossível não perceber que ela estava sem vida, tornando-se totalmente infundado o pedido de socorro”.
A delegada Carolina Nascimento Aguiar, da Delegacia de Defesa da Mulher de Barueri, decretou a prisão em flagrante do suspeito, que foi indiciado por feminicídio.
O que diz a defesa de Fábio?
“A defesa técnica de Fábio Seoane Soalheiro, de 59 anos, por meio do advogado Dr. Rodolfo Warmeling vem a público esclarecer que o caso está sob investigação e que nenhum julgamento prévio pode ser admitido antes da devida apuração dos fatos.
O acusado nega veementemente qualquer intenção dolosa colaborou com as autoridades desde o primeiro momento e confia que, ao final da instrução criminal, a verdade será restabelecida.
É fundamental destacar que o direito constitucional à ampla defesa e ao contraditório deve ser preservado, especialmente diante da repercussão do caso e da forma como ele vem sendo retratado por alguns veículos.
Reiteramos o nosso compromisso com a Justiça e pedimos respeito ao trâmite legal, à memória da vítima e ao devido processo”.
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