Leia Também:
Covid-19: pandemia que marcou a história gera cicatrizes até hoje
Uso indiscriminado de testosterona em mulheres preocupa especialistas
Bahia Meeting terá edição dedicada à saúde e nomes da medicina
Por que mudar o exame?Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o Brasil poderá implantar o DNA-HPV mais rapidamente que países como Reino Unido, Espanha e Portugal, que levaram cerca de três anos para completar a transição.A iniciativa se apoia na estrutura de biologia molecular criada durante a pandemia de COVID-19, que agora será utilizada para acelerar os diagnósticos de HPV, permitindo início mais rápido do tratamento e redução da mortalidade.Como funciona o exame DNA-HPV?A coleta permanece semelhante à do papanicolau: é feita com material retirado do colo do útero. A diferença é que, agora, a amostra será armazenada em um tubo com líquido conservante e enviada a um laboratório, onde será feita a análise do DNA do vírus.Essa tecnologia é capaz de identificar o HPV antes mesmo do surgimento de lesões, o que amplia as chances de tratamento precoce e reduz a necessidade de exames frequentes. Se o resultado for negativo, a mulher poderá refazer o exame somente após cinco anos.O exame foi desenvolvido pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná, vinculado à Fiocruz, e passou por análise da Conitec, que considerou o método mais eficaz que o papanicolau.Importância do novo rastreamentoEstudos indicam que o exame de DNA pode detectar o vírus até 10 anos antes das alterações que seriam visíveis em um papanicolau. Isso representa uma grande vantagem na prevenção e no combate ao câncer do colo do útero, o terceiro mais comum entre as mulheres no Brasil.Dados do INCA apontam cerca de 17 mil novos casos por ano e 20 óbitos diários relacionados à doença, com incidência maior nas regiões Norte e Nordeste.Vacinação também é essencialAlém do novo exame, o Ministério da Saúde destaca a importância da vacina contra o HPV, disponível no SUS. Ela é aplicada em dose única para meninas de 9 a 14 anos e também é oferecida a grupos prioritários até os 45 anos, como pessoas com baixa imunidade ou em tratamento contra o câncer.A combinação entre vacina e rastreamento com DNA-HPV é vista como estratégia essencial para alcançar a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de eliminar o câncer do colo do útero como problema de saúde pública até 2030.