ICMBio promove 3º Encontro de Mulheres na Reserva Extrativista Renascer, em Prainha


Encontro com Mulheres da Resex Renascer, em Prainha, abordou sobre mudanças climáticas
Leandro Eiró/Ascom ICMBio
Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que atuam na Reserva Extrativista (Resex) Renascer, em Prainha, oeste do Pará, promoveram nos dias 15 e 16 de agosto o 3º Encontro de Mulheres com o tema “Emergências Climáticas e Mulheres” na comunidade Santíssima Trindade, região do Rio Tamuataí, no interior da unidade de conservação.
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O evento teve o objetivo de garantir um espaço de segurança e acolhimento para a manifestação feminina, além de auxiliar na emancipação e empoderamento das mulheres comunitárias da reserva. Foram cerca de 40 participantes, que puderam discutir medidas para lidar com os efeitos das mudanças do clima, que já atingem os modos de vida tradicionais da região.
O encontro foi conduzido por servidores do ICMBio, dentre eles a agente temporária ambiental, Elaine Oliveira, e pela professora doutora da Ufopa Campus Tapajós, Judith Vieira, assistida por alunos do Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular (Najup Cabano).
As participantes puderam expressar suas demandas junto à comunidade e pleitear acesso mais igualitários à tomada de decisão e posições de liderança, sendo acolhidas e orientadas nos devidos processos pelas moderadoras.
Encontro de Mulheres da Resex Renascer
Realizado no formato de rodas de conversa, o evento proporcionou manifestação das comunitárias sobre vários assuntos referentes à gestão da unidade, e elas puderam conhecer melhor o Plano de Manejo da Resex Renascer e as ações de combate a incêndios florestais que assolaram a região no fim do ano passado — a gestora Flávia Ranara, atual chefe da Resex Verde Para Sempre (vizinha à Renascer) foi uma das convidadas e também conversou sobre o contexto de sua unidade de conservação.
Também estiveram presentes a cacica Arlete Kumaruara e Tainan Kumaruara, duas lideranças indígenas, moradoras da aldeia Muruari, localizada na Resex Tapajos-Arapiuns.
As convidadas indígenas conversaram sobre a sua experiência de criação e manutenção da Brigada Guardiões Kumaruara, além de sua contribuição para a rede de brigadas voluntárias do Baixo Tapajós, ação fundamental para otimizar o combate e prevenção a incêndios florestais nos últimos anos. Ao final, pelo menos seis das participantes manifestaram intenção no próximo Curso de Formação de Brigada Comunitária de Combate e Prevenção a Incêndios Florestais.
“Estou na organização do evento e sou brigadista. Estou aqui para fomentar a participação de mulheres neste ofício tão fundamental no combate às mudanças climáticas. As mulheres tem vez, voz e espaço seja qual for a área de atuação”, destacou Elaine.
As discussões abordaram, além das questões climáticas, temas urgentes como a violência de gênero e a doméstica. As rodas de conversa proporcionaram troca de experiência e exemplos de conhecimentos que deixaram as participantes mais fortalecidas para seguirem adiante com os desafios que enfrentam.
Mulheres participaram de oficina de artesanato
Leandro Eiró/Ascom ICMBio
No fim do segundo dia, foi ministrada uma oficina de artesanato (produção de velas artesanais e biojoias) conduzida por duas representantes do coletivo feminino Amélias da Amazônia, moradoras da comunidade São Domingos, na Floresta Nacional do Tapajós, as irmãs Marcilene e Marileide Silva. A oficina de artesanato é tradição nos encontros da unidade de conservação e serve de estratégia para que as comunitárias se capacitem em novos ofícios, proporcionando novas oportunidades de geração de renda.
“O Najup particiou dos três encontros de mulheres, pois é uma forma dos alunos participarem do apoio às comununidades, da universidade atendê-las. O principal trabalho que temos realizado aqui é estimular e promover a organização política e participação das mulheres extrativistas”, esclareceu Judite.
A edição deste ano ampliou o alcance do evento e gerou encaminhamentos para a sua próxima edição, incluindo a possibilidade de intercâmbio cultural com mulheres comunitárias de outras unidades de conservação da região geridas pelo ICMBio.
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