Os preços do petróleo bruto recuaram nesta quinta-feira (28), pressionados por preocupações com a demanda nos Estados Unidos e pela retomada do fluxo de petróleo russo à Europa Oriental.
O Brent, referência internacional usada para precificar o petróleo nigeriano, caiu 0,1% (US$ 0,08), sendo negociado a US$ 67,97 por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, perdeu US$ 0,04 e chegou a US$ 64,11 por barril às 11h56.
Estoques caem, mas demanda decepciona
A queda veio após uma breve alta no meio da semana, quando a Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) reportou redução de 2,4 milhões de barris nos estoques de petróleo, superando a expectativa de 1,9 milhão.
Ainda assim, analistas apontam que o fim da temporada de viagens de verão nos EUA, marcado pelo feriado de Dia do Trabalho, limita a demanda por gasolina.
John Evans, da consultoria PVM Oil, destacou:
“A gasolina dificilmente tem sido a solução esperada em termos de demanda neste verão. O mercado começa a precificar uma procura mais fraca.”
Fluxo russo pressiona preços
Outro fator de pressão foi a retomada do fluxo do oleoduto Druzhba, que abastece Hungria e Eslováquia. O fornecimento havia sido interrompido após ataques ucranianos, mas foi restabelecido segundo a petrolífera húngara MOL e o Ministério da Economia eslovaco.
Esse movimento ampliou a oferta no mercado, reduzindo o suporte aos preços no curto prazo.
Geopolítica adiciona incertezas
No campo geopolítico, Rússia e Ucrânia intensificaram ataques à infraestrutura energética. Kiev relatou que drones russos atingiram instalações de energia e gás em seis regiões, deixando mais de 100 mil pessoas sem eletricidade.
Além disso, a decisão do presidente Donald Trump de elevar para 50% as tarifas sobre importações indianas gerou incertezas. No entanto, analistas da IG Markets afirmam que a Índia deve manter suas compras de petróleo russo, neutralizando parte do impacto no mercado global.
Perspectivas
Apesar do quadro de tensão, analistas acreditam que o apoio de curto prazo aos preços do petróleo segue frágil. A combinação de demanda menor nos EUA e maior fluxo de barris russos limita expectativas de recuperação imediata.
O mercado segue atento ao consumo norte-americano após o feriado prolongado e aos efeitos dos ataques militares na infraestrutura energética da Europa Oriental.
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