Suspeito de planejar morte dos pais em SC é flagrado com faca antes do crime
O jovem de 20 anos acusado de planejar a morte dos próprios pais para ficar com a herança em Indaial, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, e o comparsa dele foram condenados, em júri popular, a penas que somam mais de 82 anos de prisão, divulgou o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) nesta sexta-feira (29).
Segundo a Polícia Civil, o filho e um amigo invadiram a casa da família e atacaram o casal com facadas em 29 de janeiro de 2024. O pai, o empresário Márcio Elizeu Melo, de 45 anos, morreu. A mãe, de 39 anos, sobreviveu após passar por cirurgia.
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O filho do casal foi condenado a penas que somam 43 anos, 6 meses e 20 dias de prisão:
25 anos e 4 meses de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante surpresa/recurso que impossibilitou a defesa;
16 anos, 10 meses e 20 dias de reclusão por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante surpresa/recurso que impossibilitou a defesa;
1 ano e 4 meses de reclusão por corrupção de menores.
Já o amigo foi sentenciado a 41 anos e 4 meses de prisão:
24 anos de reclusão por homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante surpresa/recurso que impossibilitou a defesa;
16 anos de reclusão por tentativa de homicídio qualificado por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante surpresa/recurso que impossibilitou a defesa;
1 ano e 4 meses de reclusão por corrupção de menores majorada.
O crime de corrupção de menores está relacionado à namorada do amigo, de 17 anos. Segundo o delegado Filipe Martins, que investigou o caso, ela também teria ajudado os dois acusados no dia do crime.
A defesa do filho do casal, Matheus Melo, disse que o cliente é portador de transtorno psicológico e que recorrerá da decisão para diminuir a pena. A defesa do amigo, Marcos Paulo Schwinden, entende que “não há elementos suficientes que comprovem a autoria” e informou que também vai recorrer da sentença (leia íntegras abaixo).
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Reprodução/Redes sociais
Segundo a investigação, o plano era que os dois cometessem o crime juntos e depois servissem de álibi um para o outro. O amigo diria que o filho estava em sua casa no momento do assassinato, e o filho faria o mesmo. A namorada do amigo também confirmaria essa versão.
Ainda de acordo com a polícia, ela receberia uma recompensa em dinheiro oferecida pelo filho do casal.
Crime
Segundo a denúncia, o filho e o amigo planejaram o assassinato dos pais durante dois meses. O filho deixou uma janela aberta em um quarto sem câmeras e foi até a casa do amigo. Na madrugada de 29 de janeiro, os dois voltaram e entraram pela janela.
A ideia era matar o casal enquanto dormia, mas o plano mudou quando o filho deixou cair uma faca e precisou passar por uma área com câmeras para pegar outra. O barulho acordou o pai, que foi esfaqueado pelo amigo. A mãe também foi atacada, mas sobreviveu e conseguiu pedir ajuda.
A motivação seria a herança dos pais, que o filho queria usar para comprar um sítio e produzir drogas. Ele prometeu ao comparsa uma caminhonete e dinheiro. Matheus, filho único, trabalhava na empresa do pai e alegou à polícia que era tratado como funcionário, não como filho.
“Foi a partir daí que ele decidiu, nas palavras dele, ‘eliminá-los'”, disse Martins.
Filho e amigo seguem presos acusados de crime em Indaial
Polícia Civil/Divulgação
O que diz a defesa de Matheus Felipe Arruma Melo
A defesa de MATHEUS FELIPE ARRUMA MELO, patrocinada pelo Advogado LUÍS FELIPE OBREGON (OBREGON ADVOCACIA CRIMINAL), declara não concordar com a decisão do conselho de sentença, relativamente à pena aplicada em desfavor do acusado MATHEUS, eis que estamos trabalhando com um indivíduo, comprovadamente, portador de um transtorno psicológico (TEA – Transtorno do Espectro Autista), tese essa que acarretaria em uma redução da pena aplicada em seu desfavor. Outrossim, entendemos que a manutenção da qualificadora do motivo TORPE, não restou demonstrada, eis que a real motivação do delito não tinha relação com patrimônio ou herança, mas sim com a própria relação conturbada entre pais e filho. Assim, na presente data, informo já ter protocolizado o competente recurso de apelação, a fim de redimensionar a pena aplicada em desfavor do réu MATHEUS FELIPE ARRUMA MELO.
O que diz a defesa de Marcos Paulo Schwinden
A defesa de Marcos Paulo Schwinden, diante da condenação que resultou em penas que somam mais de 40 anos de prisão, manifesta seu respeito às instituições, mas reafirma sua convicção de que a decisão foi contrária às provas constantes dos autos.
Entendemos que não há elementos suficientes que comprovem a autoria por parte de Marcos Paulo, motivo pelo qual já adiantamos que recorreremos da sentença.
Seguiremos firmes na busca pela Justiça, confiantes de que as instâncias superiores reverterão esta decisão.
Dra. Edileia Buzzi
Advogada
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