O dólar fechou a terça-feira (22) em forte queda, atingindo R$ 5,72, uma desvalorização de 1,37%. Esse movimento reflete a reação dos investidores às recentes falas do ex-presidente Donald Trump e do presidente do Banco Central Brasileiro, Gabriel Galípolo, e ao impacto de uma possível desescalada nas tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China.
O recuo da moeda americana é também impulsionado pela performance positiva da bolsa brasileira, com o índice Ibovespa fechando o dia em alta de 0,63%, alcançando 130.464 pontos. Essa recuperação foi impulsionada por um viés otimista no mercado externo, especialmente em Wall Street, e pelo bom desempenho das ações da Vale, que subiram 1,78%.
Trump critica Fed e a queda das taxas de juros
A queda do dólar foi acentuada por declarações de Trump, que criticou duramente o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O ex-presidente americano reforçou seu pedido para a redução das taxas de juros, alegando que Powell estaria constantemente atrasado em suas decisões. Essa pressão sobre o Fed afetou o mercado financeiro global, gerando incertezas sobre a política monetária dos Estados Unidos.
Embora Trump tenha sugerido a demissão de Powell, o mercado parece não levar a sério a possibilidade de uma mudança no comando do Fed. Em vez disso, os investidores interpretam essas falas como uma tentativa de Trump de reforçar suas teses sobre a necessidade de juros mais baixos, influenciando diretamente as expectativas do mercado.
Falas de Galípolo reforçam a política de aperto monetário
No Brasil, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também contribuiu para o movimento de queda do dólar com suas declarações sobre o controle da inflação. Galípolo afirmou que o BC está “incomodado” com a inflação fora da meta, sugerindo que o ciclo de aperto monetário ainda não chegou ao fim. Esse sinal de continuidade nas altas das taxas de juros reforçou as expectativas de que o Banco Central continuará a agir para controlar a inflação, o que impacta diretamente o valor do dólar no mercado local.
Repercussão nas bolsas globais e no mercado de commodities
A reação dos mercados financeiros globais também foi visível, com as bolsas americanas subindo e diminuindo a busca por ativos mais seguros, como o ouro. Além disso, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, que estavam no radar dos investidores, começaram a dar sinais de alívio. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessant, afirmou em reunião com investidores que o impasse tarifário com a China é “insustentável” e que espera uma desescalada nas negociações, o que acentuou o apetite pelo risco.
Esse respiro nos mercados reflete a expectativa de uma possível resolução nas tensões comerciais e uma desaceleração nas políticas de tarifa impostas entre as duas potências econômicas. O cenário, embora otimista, ainda é volátil e continua a ser monitorado de perto por investidores.
Projeções para os próximos dias
Com a continuidade do aperto monetário no Brasil e a pressão sobre o Federal Reserve nos Estados Unidos, o mercado financeiro permanecerá atento às novas declarações das autoridades e aos desenvolvimentos das negociações comerciais. O impacto no dólar e nas bolsas deve seguir em linha com essas dinâmicas, com os investidores reagindo às novas informações que possam surgir.
O Brasil, com suas próprias preocupações econômicas internas e os desafios globais, deve continuar a vivenciar um cenário de incerteza nos mercados financeiros, onde a evolução do dólar será um dos principais termômetros da confiança dos investidores.
O post Dólar cai para R$ 5,72 acompanhando recuo nas falas de Trump e BC brasileiro apareceu primeiro em O Petróleo.