Trump recua em tarifas contra China, mas tensão global persiste e mercados reagem com forte alta

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender por 90 dias as tarifas comerciais impostas à China provocou uma forte reação nos mercados internacionais. No entanto, analistas alertam que o gesto pode não ser suficiente para dissipar a crescente desconfiança global em relação à estabilidade econômica dos EUA, que agora enfrenta fuga de capitais de seus títulos públicos para ativos como o ouro movimento visto como sintoma de uma possível mudança estrutural nos fluxos internacionais.

A suspensão foi interpretada como um recuo estratégico após os títulos do Tesouro Americano enfrentarem dificuldades para atrair compradores, forçando o aumento dos rendimentos e pressionando ainda mais a já elevada dívida pública dos Estados Unidos. A resposta imediata dos mercados foi positiva: bolsas asiáticas registraram altas expressivas, com destaque para o Japão (+8,99%) e Coreia do Sul (+6,60%). Na China, Xangai subiu 1,16%, Shenzen 2,22% e Hang Seng 1,97%.

Porém, a trégua pode ser temporária. “O estrago já está feito”, alertam especialistas, destacando que a postura agressiva dos EUA, especialmente contra a China, está sendo respondida com resiliência e potenciais retaliações. Pequim, por exemplo, sinalizou que poderá restringir a importação de filmes de Hollywood, um gesto simbólico, mas significativo, que evidencia a disposição chinesa de não ceder facilmente.

Enquanto Trump tenta formar alianças com países como Japão e Coreia do Sul, a Europa se mantém cautelosa. A União Europeia sinalizou pausa nas represálias, mas já avisou que pode reinstaurar tarifas de 25% se não houver avanços nas negociações. O clima de incerteza afeta previsões de crescimento global: institutos revisaram para baixo o PIB da Alemanha e da própria China, enquanto o setor de tecnologia sofre com o vácuo causado pelas tarifas ainda em vigor.

No Brasil, o presidente Lula criticou abertamente as medidas de Trump, classificando-as como “tarifas arbitrárias” que elevam preços e comprometem a estabilidade econômica internacional. Durante discurso na cúpula da CELAC, o líder brasileiro alertou que a América Latina corre o risco de se tornar uma nova zona de influência em uma divisão global liderada por superpotências em conflito.

O petróleo, que havia disparado, já apresenta queda diante das dúvidas sobre a demanda chinesa e o efeito cascata no consumo global de energia. A engrenagem econômica global segue pressionada e com ela, a expectativa sobre os próximos passos de Trump e a possível resposta de Pequim.

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