Inflação em alta até o meio do ano: Quando o Brasil deve ver melhoras nos preços

A inflação brasileira permanece como uma das maiores preocupações econômicas de 2025. Com a última projeção do Boletim Focus apontando o IPCA em 5,53% para o final do ano — bem acima do teto da meta de 4,5% do Banco Central — economistas alertam que os próximos meses ainda serão desafiadores para o controle dos preços. No entanto, há uma expectativa de melhora gradual no segundo semestre, impulsionada por fatores internos e externos.

Pressões de curto prazo: petróleo e tarifas comerciais

Nas últimas semanas, os mercados globais têm reagido fortemente à retomada do discurso protecionista nos Estados Unidos. Desde que Donald Trump reassumiu protagonismo político, as tensões comerciais aumentaram, especialmente com a imposição de tarifas de importação direcionadas à China. Essas medidas tendem a provocar distorções nas cadeias globais de suprimento e, consequentemente, pressionam os preços.

Ao mesmo tempo, a queda recente nos preços do petróleo, embora possa parecer benéfica à primeira vista, tem efeitos mistos sobre a inflação brasileira. Isso porque, apesar de reduzir custos de combustíveis, ela também contribui para a volatilidade cambial — outro fator que interfere diretamente nos índices de preços ao consumidor.

Inflação alta até meados do ano

Segundo analistas, a inflação continuará a apresentar resultados negativos nos próximos três meses. “Não teremos alívio do processo inflacionário corrente nesse período”, afirma uma especialista em macroeconomia. Esse cenário dificulta as decisões do Banco Central, que já vinha sinalizando uma possível pausa no ciclo de cortes na taxa Selic.

A política monetária brasileira trabalha com uma defasagem de cerca de 12 meses, o que significa que as decisões de hoje refletem as expectativas de inflação futura. Se a inflação de curto prazo continua pressionada, o espaço para cortes de juros se reduz — o que prolonga a Selic em níveis elevados.

Projeções para o segundo semestre: melhora no horizonte

Ainda assim, há espaço para otimismo moderado. A partir da segunda metade do ano, a inflação tende a mostrar sinais de desaceleração. Isso dependerá do comportamento do câmbio, da recuperação da atividade econômica global e da reação da economia brasileira a estímulos fiscais e monetários.

O mercado também espera maior clareza sobre o desempenho das economias desenvolvidas, especialmente dos Estados Unidos e da China. Caso a atividade econômica global perca força de maneira controlada, sem provocar recessões abruptas, o Brasil pode se beneficiar de uma desaceleração inflacionária sem impacto severo sobre as exportações.

Inflação e juros: o elo determinante

O Banco Central deve observar com cautela o cenário dos próximos meses antes de fazer qualquer movimento significativo na política de juros. Se a inflação não recuar como o esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) pode manter a taxa Selic em patamar elevado por um período mais longo que o antecipado.

Por outro lado, se os dados do segundo semestre confirmarem a tendência de desaceleração inflacionária, haverá espaço para retomar cortes graduais nos juros em 2026. Isso poderia impulsionar o crédito, o consumo e, eventualmente, um novo ciclo de crescimento econômico.

O que esperar para 2026?

O ponto central da discussão atual é entender como os dados de inflação acumulada nos próximos meses moldarão as expectativas para o início de 2026. O Banco Central já está de olho nesse horizonte, e o mercado também.

A projeção para os próximos 12 meses à frente, a partir de hoje, mostra uma perspectiva um pouco melhor, embora ainda não suficiente para garantir um alívio imediato na política monetária. A inflação futura será determinante para os rumos da economia em 2026.

O post Inflação em alta até o meio do ano: Quando o Brasil deve ver melhoras nos preços apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.