O CRAA11, fundo de investimento em direitos creditórios administrado pela Esparta, apresentou um mês de março bastante movimentado e com resultados consistentes. O fundo manteve a distribuição de R$ 1,10 por cota — o equivalente a 103% do CDI — e reforçou sua carteira com 95 ativos após negociações e recompras, demonstrando solidez e alta diversificação.
Rendimento estável e reservas acumuladas
Mesmo com o cenário de juros elevados e maior exigência de transparência regulatória, o CRAA11 distribuiu R$ 1,10 por cota, mantendo o padrão dos últimos três meses. A cota patrimonial segue em R$ 1,73, e o fundo ainda acumula R$ 0,63 de reserva, o que oferece uma margem de segurança para eventuais oscilações de receita no curto prazo.
Além disso, o fundo opera sem inadimplência desde o episódio pontual de marcação a mercado registrado entre novembro e dezembro. Com isso, permanece entre os destaques do setor pela previsibilidade e gestão conservadora.
Carteira diversificada: 95 ativos em 26 segmentos
Durante o mês de março, o CRAA11 registrou a negociação de 54 ativos e realizou a recompra de 7% da própria carteira de CRAs, refletindo um movimento estratégico da gestora para ajustar o portfólio. Ao fim do mês, o fundo fechou com uma impressionante diversificação de 95 ativos distribuídos em 26 setores econômicos.
A maior exposição individual representa apenas 3,7% do total do patrimônio líquido — atualmente estimado em aproximadamente R$ 600 milhões — o que evidencia a pulverização dos riscos. Entre os segmentos mais representativos estão cooperativas de insumos e o setor sucroalcooleiro (açúcar e etanol), que juntos concentram parte relevante da carteira.
Entre os maiores devedores estão grandes empresas como Klabin e Minerva, o que eleva a qualidade de crédito da carteira e reforça a robustez do fundo.
Alocação entre CDI e IPCA+: equilíbrio na estratégia
A distribuição da carteira segue majoritariamente atrelada ao CDI (63%), enquanto 36% estão indexados ao IPCA + 9,8% ao ano. O spread médio do portfólio é de 1,2% e a duration média da carteira gira em torno de 2,3 anos — patamar considerado equilibrado, especialmente para fundos que visam conciliar estabilidade nos rendimentos com certa proteção inflacionária.
Ofício da CVM reforça regra sobre distribuição de resultados
No mês de março, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou um ofício reforçando que os Fiagros devem seguir o regime de competência contábil para a distribuição de resultados, respeitando o lucro contábil como limite.
Embora a medida não tenha causado alterações diretas no CRAA11 — que já seguia esse entendimento — o ofício chamou atenção do mercado por reafirmar um ponto que, até então, já era considerado prática comum. A distribuição baseada no regime de caixa, segundo especialistas, seria inadequada para fundos atrelados à produção agrícola, onde os fluxos de recebimento não são tão regulares quanto os de um fundo imobiliário, por exemplo.
Perspectivas para os cotistas do CRAA11
A gestão da Esparta tem mantido um padrão de transparência e consistência nos relatórios, oferecendo aos investidores uma leitura clara sobre a evolução do fundo. A escolha por uma carteira extremamente pulverizada, associada à estabilidade nos pagamentos, torna o CRAA11 uma alternativa interessante para investidores em busca de renda mensal com risco relativamente controlado.
Com uma reserva de caixa saudável, ativos de alta qualidade de crédito e boa performance recente, o CRAA11 se posiciona como um dos principais fundos do segmento de recebíveis ligados ao agronegócio. O foco na diversificação e a gestão ativa dos ativos contribuem para mitigar riscos e ampliar a resiliência do portfólio diante das oscilações macroeconômicas.
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