Deputados de Minas Gerais estimam que o Hospital Júlia Kubitschek (HJK), localizado na região do Barreiro, em Belo Horizonte, tenha aproximadamente 100 leitos parados em meio à crise de saúde vivida na capital mineira e cidades da região metropolitana. O levantamento foi feito durante visita da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) à unidade, nessa segunda-feira (5).
A visita da comissão parlamentar revelou um cenário preocupante em diversos setores do hospital, administrado pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). No Centro de Terapia Intensiva (CTI) adulto, por exemplo, dos 40 leitos existentes, 12 estão fechados devido à falta de pessoal, restando 28 leitos ativos.
No centro cirúrgico, das sete salas disponíveis, quatro estão inativas. Nas três que funcionam, a comissão ouviu relatos de sobrecarga da equipe. Técnicas de enfermagem informaram que os quatro profissionais do setor se desdobram para cuidar da medicação prescrita por cinco médicos.
A redução de capacidade atinge também o ambulatório de pneumologia. Segundo servidoras do local, a média de 80 atendimentos diários, antes distribuídos pelos turnos da manhã e tarde, caiu pela metade. Além disso, os atendimentos não são mais realizados em todos os dias da semana nos dois turnos. A principal causa apontada para essa redução é a aposentadoria de médicos, sem que tenha havido a devida reposição dos quadros profissionais.
Em outro andar, a inspeção constatou que duas grandes alas do setor de internação estão fechadas há anos. De acordo com a diretora-geral do HJK, Cláudia Andrade, esses espaços correspondem a 82 leitos que permanecem desativados porque as obras de reforma necessárias foram paralisadas e a questão foi judicializada.
Somados, os leitos inativos apontados no balanço somam 98 vagas. A visita e as constatações da Comissão de Saúde da ALMG ocorrem em um momento delicado para o sistema de saúde da Grande BH, que enfrenta aumento na demanda por internações para casos de doenças respiratórias. Belo Horizonte, Betim, Conselheiro Lafaiete, Contagem, Pedro Leopoldo e Santa Luzia são as cidades que notificaram o Governo de Minas sobre decretos de emergência em saúde até o momento.
Respostas da direção do hospital
Confrontada sobre os problemas de pessoal, a diretora-geral do hospital, Cláudia Andrade, afirmou aos deputados que, em relação aos médicos, diversas convocações de profissionais aprovados em concurso, da seleção homologada em julho de 2023, têm sido realizadas. No entanto, segundo ela, a Fhemig enfrenta dificuldades para o preenchimento efetivo das vagas devido à falta de interesse dos aprovados em assumir os postos.
Já sobre a área de enfermagem, Cláudia informou que o concurso foi homologado em fevereiro deste ano e os aprovados já estão sendo chamados. A expectativa da direção é que as escalas de trabalho completas sejam restabelecidas em um prazo de até 60 dias.
A reportagem procurou a Fhemig para comentar sobre os problemas e aguarda retorno.
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