A Copel (Companhia Paranaense de Energia) divulgou os resultados financeiros do primeiro trimestre de 2025 com números robustos e uma novidade estratégica que agradou ao mercado: uma nova política de proventos que estabelece um payout mínimo de 75% do lucro líquido, com pagamentos semestrais.
No 1T25, a companhia registrou um lucro recorrente de R$ 577 milhões, avanço de 6,4% frente ao mesmo período de 2024. Considerando efeitos não recorrentes, o lucro teria alcançado R$ 665 milhões. Já o Ebitda recorrente somou R$ 1,5 bilhão, crescendo 13% na comparação anual, impulsionado por melhora no mix de energia, aumento nas vendas, eficiência operacional e custos reduzidos.
Segmentos e estrutura financeira
A atuação da Copel abrange geração, transmissão e distribuição de energia. Apesar de muitos associarem a empresa à distribuição no Paraná, essa atividade representou 46% do Ebitda no período, enquanto geração respondeu por 27% e transmissão por 25%. A atuação da companhia se estende por diversos estados brasileiros.
Mesmo com investimentos crescentes — projetados em cerca de R$ 3 bilhões em 2025 — a Copel mantém sua alavancagem em níveis confortáveis. A dívida líquida está em torno de R$ 13 bilhões, com uma relação dívida líquida/Ebitda de 2,3x, abaixo do teto considerado ideal pela empresa, que varia de 2,5x a 3,1x.
Nova política de dividendos
A grande novidade foi a reformulação da política de proventos. Após simular mais de 78 mil cenários macroeconômicos e operacionais, a empresa concluiu que uma estrutura ótima de capital pode ser alcançada com alavancagem entre 2,5x e 3,1x. Como ferramenta para atingir esse equilíbrio, a Copel adotou a nova política de dividendos, que prevê:
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Payout mínimo de 75% do lucro líquido anual;
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Pagamentos semestrais (podendo ser mais frequentes);
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Flexibilidade para pagamentos inferiores em casos de necessidade, conforme as condições de mercado, caixa e investimentos.
Perspectivas para o investidor
Com a nova política, espera-se que o dividend yield gire entre 5,5% e 7,4%, considerando a cotação atual de R$ 11,86. Na prática, isso representa um pagamento anual entre R$ 0,65 e R$ 0,87 por ação — acima da média histórica de R$ 0,30 a R$ 0,40 por papel.
No entanto, analistas ponderam que o retorno só será realmente atrativo se o lucro continuar crescendo. Caso contrário, o dividend yield pode não compensar os preços atuais, que já se valorizaram expressivamente nos últimos anos: +240% em 5 anos e +470% em 10 anos.
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