Resultados da Klabin no 1T25 dividem mercado: dívida alta afasta dividendos?

As ações da Klabin (KLBN11) acumulam queda de 26% desde janeiro de 2025, gerando dúvidas entre investidores sobre se o momento representa uma oportunidade de compra ou um risco elevado. A empresa, tradicional no setor de papel e celulose e reconhecida por sua resiliência, divulgou seus resultados do primeiro trimestre, com números que misturam sinais positivos e desafios relevantes.

Crescimento operacional com pressão nos custos

O volume total de vendas caiu 2% na comparação com o 1T24, apesar do crescimento na produção de fibras curtas (+26%) e longas (+12%), além de avanços nos segmentos de papel e embalagens. A receita líquida subiu 10%, enquanto o EBITDA ajustado avançou 13%, atingindo R$ 3,8 bilhões. No entanto, o custo de caixa aumentou 11%, pressionado pelo maior consumo de químicos e combustíveis e menor diluição dos custos fixos, comprometendo a margem de produção.

Dívida elevada é o principal vilão da queda das ações

O endividamento da companhia é o ponto mais sensível no atual cenário. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, saltou para 3,9 vezes, acima da média histórica entre 2,6 e 2,7. Isso acende um sinal de alerta para o mercado, que compromete a geração de caixa e, por consequência, o pagamento de dividendos.

Apesar disso, a Klabin mantém uma posição de caixa sólida de R$ 6,4 bilhões, o que permite cobrir suas obrigações até 2027 e parte de 2028. O cronograma de amortização, porém, mostra picos relevantes justamente entre 2028 e 2029, o que exigirá disciplina financeira nos próximos anos.

Dividendos e datas importantes

Para o 1T25, a Klabin anunciou o pagamento de dividendos de R$ 0,04 por ação ordinária e preferencial (KLBN3 e KLBN4), e R$ 0,22 por unit (KLBN11). A “data com” é 14 de maio, e o pagamento ocorre em 22 de maio — ou seja, ainda tempo para investidores garantirem esses proventos.

Valuation: preço justo e preço teto apontam sobreavaliação

De acordo com a fórmula de Benjamin Graham, o preço justo das ações gira em torno de R$ 12 a R$ 15, dependendo do P/L esperado. Atualmente, KLBN11 está cotada a R$ 19, sugerindo que o ativo está acima do valor considerado seguro para entrada.

O preço teto para dividendos, considerando um dividend yield mínimo de 6% (seguindo a metodologia do investidor Luiz Barsi), também aponta para um valor abaixo de R$ 14. Com o yield atual em 4,89%, a ação estaria fora do radar de quem busca renda passiva consistente.

Reações do mercado: analistas divididos

No site de Relações com Investidores da Klabin, a maioria das casas de análise mantém recomendação de compra, apesar de UBS, Safra e Goldman Sachs adotarem postura neutra. Nenhuma instituição indica venda, o que mostra uma percepção de valor no médio prazo, desde que a empresa reduza seu endividamento.

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