O Banco Bradesco (BBDC4) surpreendeu o mercado com um lucro líquido de R$ 5,8 bilhões no primeiro trimestre de 2025 — alta de 40% em relação ao mesmo período de 2024 — e fez suas ações saltarem 9,4% em um único pregão. O desempenho, que superou até mesmo o Banco Itaú no trimestre, gerou dúvidas entre investidores: ainda é hora de comprar ou chegou o momento de realizar lucros?
Alta impulsionada por seguradora e crédito
Grande parte do lucro do trimestre veio da operação da Bradesco Seguros, que sozinha foi responsável por R$ 2,4 bilhões do lucro total, com retorno sobre o patrimônio (ROE) de 22,4%. Em termos comparativos, esse desempenho superou os resultados da BB Seguridade (BBSE3) e da Caixa Seguridade (CXSE3) no mesmo período.
Além disso, o banco expandiu sua carteira de crédito em 12,9% ano a ano, com destaque para o crédito a pessoas físicas e pequenas empresas. A margem financeira bruta também subiu, atingindo R$ 17,2 bilhões, mesmo com a necessidade de reforço na provisão para devedores duvidosos (PDD), que consumiu R$ 7,6 bilhões.
Inadimplência ainda é desafio
Apesar da melhora nos lucros, a inadimplência ainda preocupa. O índice de atrasos acima de 90 dias está em 4,1% — acima do patamar ideal de 3% —, com destaque negativo para a inadimplência de 5,1% entre pessoas físicas e 4,3% entre micro e pequenas empresas.
Redução de custos e transformação digital
O banco segue em processo de reestruturação, com fechamento de agências e redução de postos de atendimento físicos, em linha com a digitalização dos serviços. A despesa operacional, porém, ainda cresceu 12% no trimestre, atingindo R$ 15 bilhões.
Preço teto indica espaço para valorização
Segundo simulação de preço teto com base no lucro consolidado projetado de R$ 23,4 bilhões para 2025, o valor justo da ação do Bradesco seria de R$ 15,21 — uma margem de segurança de 14% sobre o preço atual de R$ 13,26. Separando as operações, a seguradora teria valor justo estimado em R$ 8,09 por ação e a operação bancária em R$ 5,17.
Dividendos em alta
O payout no trimestre foi de 55%, com distribuição de R$ 3,2 bilhões em dividendos. A expectativa é de que o DPA (dividendo por ação) supere os R$ 1,10 de 2024, podendo chegar a R$ 1,22 em 2025.
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