A PetroRecôncavo (RECV3), uma das principais small caps do setor de petróleo e gás no Brasil, apresentou resultados expressivos no primeiro trimestre de 2025, reforçando sua resiliência operacional mesmo diante da queda no preço do petróleo. A companhia anunciou a distribuição de R$ 263 milhões em juros sobre capital próprio (JCP), o equivalente a R$ 0,76 líquidos por ação, com “data com” em 15 de maio e pagamento previsto para 27 de maio.
Produção em alta impulsiona receita
No comparativo com o quarto trimestre de 2024, a produção média da empresa saltou de 26 mil para quase 28 mil barris de óleo equivalente por dia. Esse crescimento foi determinante para sustentar uma receita líquida de R$ 861 milhões no 1T25, mesmo com a retração no preço internacional do barril de petróleo, que ficou na faixa de US$ 75.
A maior parte da receita veio da venda de petróleo (R$ 558 milhões), enquanto o segmento de gás natural contribuiu com R$ 300 milhões, garantindo previsibilidade por meio de contratos de médio e longo prazo com preços parcialmente fixados.
Proteção cambial e dívida dolarizada
Outro ponto forte da operação é a política de proteção cambial da PetroRecôncavo. A empresa mantém sua dívida dolarizada para casar com a receita majoritariamente em dólar. Essa estratégia ajudou a companhia a registrar um lucro líquido de R$ 227 milhões no trimestre, um crescimento de 601% frente ao 4T24 — efeito amplificado pela valorização do real frente ao dólar.
No entanto, o resultado financeiro deve ser interpretado com cautela, já que parte do lucro decorre de ajustes contábeis cambiais sem impacto direto no caixa.
Geração de caixa e investimentos
A geração de caixa operacional foi robusta: R$ 456 milhões no 1T25. Descontados os investimentos (R$ 249 milhões), a empresa obteve um fluxo de caixa livre de R$ 207 milhões. Grande parte dos investimentos foi destinada ao desenvolvimento de reservas, garantindo continuidade operacional e aumento da capacidade produtiva.
Além disso, a empresa possui uma posição de caixa confortável (US$ 177 milhões), alavancagem baixa (0,6x) e nenhum vencimento relevante de dívida até 2028, o que reduz riscos financeiros no curto e médio prazo.
Custos controlados sustentam margens
O custo de extração da companhia caiu 4% em relação ao trimestre anterior, ficando próximo de US$ 14 por barril. Com o preço médio de venda em US$ 61 por barril, mesmo com a recente queda no petróleo para US$ 64, a margem operacional segue atrativa, garantindo continuidade na geração de resultados positivos.
Esse controle de custos, aliado ao portfólio equilibrado entre petróleo e gás, coloca a PetroRecôncavo em vantagem frente a concorrentes mais expostos às oscilações do petróleo.
Política de dividendos reforça atratividade
Com o pagamento atual, o dividend yield (DY) da ação, com base na cotação de R$ 14,21, alcança 5,38% — apenas com um único pagamento semestral. Historicamente, a empresa realiza distribuições em abril/maio e novembro/dezembro. Caso a geração de caixa continue em alta, é provável que um novo dividendo seja anunciado ainda em 2025, podendo elevar o DY anual para mais de 10%.
Essa previsibilidade tem atraído investidores em busca de renda passiva recorrente e sólida.
Valuation e perspectiva de valorização
Mesmo com os bons resultados, a PetroRecôncavo segue negociando com desconto em relação ao seu histórico. Em dólares, o valor de mercado caiu de US$ 2 bilhões para cerca de US$ 700 milhões após a queda do petróleo. No entanto, com fundamentos sólidos e geração de caixa em alta, há espaço para uma reprecificação do papel, especialmente se o petróleo voltar a patamares mais elevados.
A PetroRecôncavo demonstra resiliência em meio à volatilidade do setor de energia. Com produção crescente, estrutura financeira sólida e dividendos generosos, a companhia se consolida como uma das small caps mais promissoras da Bolsa brasileira.
Para investidores que buscam exposição ao setor de petróleo com foco em dividendos, a RECV3 se mostra uma alternativa interessante, aliando crescimento, previsibilidade de caixa e uma gestão cautelosa da dívida.
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