AFHI11 pode voltar a pagar R$ 1 por cota? Fundo reforça carteira com CRIs de alta qualidade

O fundo imobiliário AFHI11 tem dado sinais claros de que está se preparando para uma nova fase de valorização e retomada de dividendos mais robustos. Após registrar distribuição de R$ 0,99 por cota em seu último informe, os gestores indicam que, com o avanço da inflação nos próximos meses e a manutenção da Selic em patamar elevado, o fundo poderá voltar a entregar R$ 1 ou mais por cota em breve.

A recente aquisição de CRIs com taxas atrativas, a sólida diversificação da carteira e o uso estratégico de reservas reforçam o posicionamento do fundo como uma das apostas do mercado para quem busca renda passiva com consistência.

Histórico sólido e crescimento controlado

Lançado em 2021, o AFHI11 possui patrimônio líquido de R$ 424 milhões e aproximadamente 42 mil cotistas. A cota de mercado está praticamente colada no valor patrimonial, atualmente em torno de R$ 93, o que indica uma percepção positiva dos investidores em relação à gestão.

O fundo vem crescendo passo a passo, com ofertas bem planejadas e de tamanho moderado — raramente ultrapassando os R$ 150 milhões. Apesar do desejo dos analistas de ver o fundo atingir R$ 1 bilhão de patrimônio, a estratégia cautelosa visa preservar a qualidade dos ativos e manter a rentabilidade.

Impacto da inflação e retomada do dividendo de R$ 1

A distribuição de R$ 0,99 no último mês veio acompanhada de uma geração de caixa de R$ 0,90 por cota, o que exigiu o uso parcial da reserva. O impacto negativo se deve à inflação de janeiro (IPCA de 0,16%), que ainda afeta os recebíveis corrigidos por índices de preços.

No entanto, os próximos meses devem trazer alívio. Com IPCA em aceleração, a expectativa da gestão é que o AFHI11 mantenha ou até eleve o patamar atual de distribuição — voltando a ultrapassar o R$ 1 por cota, marca que vinha sendo atingida com frequência até o fim de 2023.

Atualmente, o fundo conta com uma reserva de inflação acumulada de R$ 0,25 e caixa de R$ 0,16 por cota, o que garante certa folga para manter os pagamentos em patamar elevado mesmo em meses de menor desempenho.

Carteira diversificada e aquisições estratégicas

A composição do portfólio impressiona pela diversidade e qualidade dos ativos. Cerca de 73% da carteira está alocada em CRIs atrelados ao IPCA com taxa média de +8,5% ao ano — um dos melhores prêmios de risco do mercado atualmente. Outros 21% estão em papéis indexados ao CDI, com retorno médio de CDI + 3,87%.

Entre as aquisições recentes, destacam-se:

  • CRI da 3ª série, IPCA + 10%, comprado com deságio;

  • Reforço na posição no CRI do Shopping Metrô Itaquera;

  • CRI do Açaí, com risco contratual do HGGRU e taxa CDI + 2,35% — apontado como a melhor compra do mês.

Essas movimentações reforçam o perfil conservador e rentável do fundo, com ativos high grade e risco corporativo controlado.

Perspectiva de nova emissão e maior pulverização

Com uma possível nova emissão de cotas no radar, o AFHI11 pode se aproximar dos R$ 600 milhões em patrimônio. A expansão permitiria diluir ainda mais a concentração dos ativos, hoje com destaque para o grupo Oba Hortifruti, além de abrir espaço para novas operações logísticas e de shopping centers, segmentos com taxas atrativas no cenário atual.

A gestão já demonstrou interesse em CRIs de galpões logísticos como o do HSLG, situado em Curitiba, com rentabilidades que ultrapassam IPCA + 8,5% e forte qualidade de crédito. Essa diversificação pode ser essencial para consolidar o fundo como referência entre os FIIs de papel.

Perda de cotistas e leitura de mercado

Apesar dos bons fundamentos, o fundo vem registrando perda de cotistas desde dezembro, com uma queda de aproximadamente 700 investidores. A movimentação, no entanto, não está ligada a eventos negativos — como conflitos de interesse ou aquisições duvidosas — mas pode refletir a migração natural de parte dos investidores em busca de liquidez ou variações momentâneas de rentabilidade.

Liquidez e desempenho

A liquidez diária segue estável, próxima a R$ 1 milhão, com as cotas negociando em linha com o valor patrimonial. A volatilidade tem sido baixa e a rentabilidade, embora impactada em janeiro, mostra sinais claros de recuperação nos próximos ciclos inflacionários.

O AFHI11 se posiciona como um fundo consistente, bem gerido e com potencial para retomar o pagamento de dividendos acima de R$ 1 por cota. Com uma carteira diversificada, operações high grade e reservas que garantem estabilidade, o fundo se destaca em um cenário de juros altos e inflação em elevação.

Para investidores que buscam renda passiva com risco controlado, o AFHI11 segue como uma opção sólida. E caso venha uma nova emissão nos próximos meses, pode ser a oportunidade perfeita para ampliar participação em um fundo que cresce com responsabilidade e entrega resultados acima da média.

O post AFHI11 pode voltar a pagar R$ 1 por cota? Fundo reforça carteira com CRIs de alta qualidade apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.