A Justiça de Minas Gerais condenou, a 12 anos e nove meses de prisão, o homem acusado de ameaçar de morte e de estupro três deputadas estaduais mineiras. As vítimas são as parlamentares Beatriz Cerqueira (PT), Bella Gonçalves (PSOL) e Lohanna França (PV).
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a condenação é referente a uma série de crimes cibernéticos, incluindo as ameaças. Inicialmente, a pena deve ser cumprida em regime fechado, mas a decisão ainda cabe recurso judicial.
“Conforme apurado, o réu se utilizava de múltiplos pseudônimos e técnicas de ocultação para praticar os crimes, entre eles, ameaças e injúria contra as deputadas, denunciação caluniosa, violência psicológica, transmissão e publicação de fotos e vídeos de nudez e pornográficos de adolescentes, instigação à automutilação, veiculação de símbolos nazistas, associação criminosa e corrupção de menores”, exemplificou o MPMG sobre os crimes.
A investigação foi uma ação conjunta da 12ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber) e das Polícias Militar e Civil de Minas Gerais.
A reportagem procurou as parlamentares para comentar sobre o caso e aguarda retorno.
Relembre o caso
A investigação que culminou na condenação do réu começou em agosto de 2023, após as deputadas estaduais Lohanna França, Bella Gonçalves e Beatriz Cerqueira serem alvos de ameaças de estupro e morte.
Segundo a promotoria, as intimidações foram planejadas e executadas em fóruns online conhecidos como “chans”, ambientes virtuais utilizados para incitação à violência, pedofilia, necrofilia e disseminação de material de abuso sexual infantil.
A força-tarefa, composta pelo Ministério Público e pelas polícias Civil e Militar de Minas Gerais, identificou, por meio de diligências cibernéticas e trabalho de campo, o principal suspeito, usuário dos nicknames “Leon” e “Grow”. Além das ameaças às parlamentares, ele também era investigado por coagir adolescentes a se automutilarem e enviarem fotos íntimas.
Em setembro de 2023, a primeira fase da Operação Di@na – nome em referência à deusa da caça e protetora das mulheres e crianças, com o símbolo “@” aludindo aos crimes cibernéticos – cumpriu mandados de busca e apreensão em Pirapora, no norte de Minas Gerais, e arrecadou dispositivos informáticos de investigados.
A apuração levou à localização e prisão preventiva do principal investigado em 7 de maio de 2024, em Olinda, na Região Metropolitana de Recife, no Pernambuco. Na ocasião, foram apreendidos computadores, telefones e pen drives. Ele foi transferido para o sistema prisional mineiro, onde respondeu ao processo que resultou na atual condenação.
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