A Itaúsa (ITSA4) divulgou um forte balanço referente ao primeiro trimestre de 2025, apresentando lucro recorrente de R$ 3,9 bilhões, o que representa um crescimento de 8,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. O desempenho positivo foi impulsionado, principalmente, pelos resultados do Banco Itaú, responsável por cerca de 95% do lucro da holding.
Apesar da diversificação aparente do portfólio — que inclui nomes como Dexco, Aegea, NTS e a recém-renomeada Motiva (ex-Alpargatas) — a dependência do Itaú segue sendo predominante. Ainda assim, as empresas não financeiras contribuíram com um crescimento de 62% no lucro recorrente, puxado pela melhoria dos resultados operacionais dessas investidas.
Dívida em queda e proventos em alta
A dívida líquida da Itaúsa caiu 62% no trimestre, atingindo R$ 352 milhões. Com um prazo médio de 6,3 anos e custo de CDI + 1,5%, a estrutura de endividamento é considerada confortável. O indicador de alavancagem (dívida líquida sobre NAV) é de apenas 2%, e a cobertura de juros é 15 vezes superior às despesas financeiras — um patamar bem acima da média das holdings brasileiras.
Entre 2025 e 2028, a companhia não possui nenhuma amortização relevante e conta com caixa robusto de R$ 4,4 bilhões.
Dividendos recorrentes e expectativa de novo repasse bilionário
No primeiro trimestre, a Itaúsa recebeu mais de R$ 7,5 bilhões em proventos de suas controladas, sendo a maior parte oriunda do Banco Itaú, incluindo dividendos extraordinários. Do total, R$ 6,6 bilhões foram repassados aos acionistas.
Com a expectativa de que o Itaú mantenha os pagamentos elevados, a projeção para o dividend yield da Itaúsa em 2025 gira entre 8,5% e 9%, considerando a cotação atual. Em 2024, a holding repassou R$ 0,88 por ação em dividendos e JCP, representando um yield bruto de 10,8% na época.
Além disso, a empresa mantém alta frequência nos anúncios de proventos, com datas definidas em fevereiro, maio, agosto e novembro — com possibilidade de novos JCPs ao longo do ano.
Desconto de holding e valorização no longo prazo
Mesmo com os bons fundamentos, a ação ITSA4 continua sendo negociada com desconto de holding. Em março de 2025, o valor de mercado da Itaúsa era de R$ 102 bilhões, ante um NAV estimado em R$ 135 bilhões, o que representa um desconto de cerca de 24%. Especialistas apontam que parte desse deságio é justificado por ineficiências tributárias e custos operacionais típicos de uma holding, mas consideram o nível atual elevado.
Apesar disso, o histórico de retorno é expressivo. Nos últimos 10 anos, a ação entregou 372% de retorno total — superando o Ibovespa, CDI, IFIX e até o dólar no mesmo período. O múltiplo P/L da ação está abaixo de 8, com P/VP em 1,3 e ROE de 18%, indicando que a ação segue descontada.
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