
Gisele Heloísa Alves Silva, de 29 anos, alegou que fugiu após ficar desesperada com divídias. Mulher foi encontrada durante um bloqueio policial na BR-153, em Itumbiara, depois de quatro dias desaparecida. Vídeo mostra doméstica que tinha desaparecido logo após desembarcar em moto por aplicativo
A empregada doméstica, Gisele Heloísa Alves Silva, de 29 anos, que havia desaparecido ao sair para trabalhar foi filmada por uma câmera de segurança na Vila Mutirão, em Goiânia, logo após ter desembarcado de uma moto por aplicativo. As imagens foram obtidas pela TV Anhanguera. A mulher foi encontrada durante um bloqueio policial na BR-153, em Itumbiara, depois de quatro dias desaparecida.
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De acordo com a delegada Carla de Bem, responsável pela investigação, Gisele explicou que sumiu em um “ato de desespero” devido ao acúmulo de dívidas e que não pretendia voltar a Goiás.
Uma força-tarefa com 160 policiais foi montada para localizar a doméstica. Conforme informado pelo Major Eduardo Abílio Borges, da Polícia Militar de Goiás (PM-GO), no dia em que a mulher foi dada como desaparecida, em 6 de maio, a polícia já teve acesso às imagens que mostravam ela andando pela rua, em Goiânia.
“Não conseguíamos contato com ela. Ela tinha descartado celular, ela não queria ser encontrada. De Goiânia ela foi para Aparecida [de Goiânia] na região da rodoviária, e nós não conseguimos localizar ela […] não tínhamos telefone dela, [Gisele] não entrava em contato com a família”, relatou o policial.
Segundo as autoridades, Gisele embarcou em um ônibus, de Aparecida de Goiânia com destino a Guarulhos, em São Paulo, mas desceu em Santos. Após chegar à cidade, ela contou que conheceu um caminheiro que iria viajar até Palmas, no Tocantins, e pediu uma carona.
No dia 10 de maio, a polícia recebeu uma informação de que a mulher estava em um caminhão nas proximidades de Itumbiara. Nesse momento, foi montado um bloqueio na rodovia que dá acesso à cidade para conseguir localizá-la. Cerca de 30 veículos foram parados.
Relembre o caso
Mulher que desapareceu enviou vídeo para marido antes de solicitar corrida por aplicativo
Em 6 de maio, após sair de casa em Goianira, Gisele desapareceu, segundo o marido dela, Luan Lucas, de 38 anos. Ele contou que a esposa enviou um vídeo mostrando que o carro que ela usava tinha quebrado. Ela deixou a filha do casal em casa e saiu para trabalhar, mas no caminho o veículo teria dado uma pane por falta de combustível.
A jovem então mandou uma mensagem dizendo onde o carro estava e disse que seguiria o caminho chamando uma moto por aplicativo (veja acima).
“Ela só mandou uma mensagem para mim, dizendo: ‘”Amor, vou deixar o carro aqui, vou deixar a chave debaixo do para-choque […]. Quando eu fui buscar o carro, mandei mensagem, e ela não me respondeu. Liguei e deu caixa postal, pensei que podia ter alguma coisa errada”, contou Luan.
O marido relatou, na época, que a preocupação aumentou após falar com os patrões de Gisele e ficou sabendo, por eles, que ela não foi ao trabalho.
“Fui tentar falar com os patrões dela, não tinha um número, e só consegui pelo Instagram, depois das 15h. Ela me falou que a Gisele não foi trabalhar, ela falou que ia arrancar o siso, ela tinha me falado, mas depois disso aí começou a me preocupar”, disse o marido.
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Desaparecimento espontâneo
Empregada doméstica é encontrada após ficar 4 dias desaparecida, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Em coletiva de imprensa na manhã de segunda-feira (12), a delegada explicou que Gisele agiu espontaneamente ao desaparecer. De acordo com Carla de Bem, a mulher planejou o próprio desaparecimento, deixou o carro sem gasolina para que entrasse em pane e pudesse abandoná-lo, além disso, ela também não iria ao médico.
“Ela não foi obrigada a nada. Ninguém fez ela de vítima. Ninguém sequestrou. Ninguém extorquiu”, explicou a investigadora.
Gisele saiu de casa com dinheiro em espécie e com ele pagou as corridas por aplicativo e as diárias de hotel, informou a delegada. Conforme pontuado pela polícia, a doméstica não tinha pretensão de avisar a família onde ela estava.
“Ela não queria nem que nós avisássemos a família. Diz ela que estava envergonhada e sem saber que atitude tomar. Aceitou, no fim, que nós chamássemos os pais dela e o pai foi buscar ela na delegacia. Durante as oitivas, ela disse que gostaria de não ficar em Goiás”, contou.
Quanto ao fato da doméstica ter deixado a filha para fugir, Carla de Bem mencionou que não configura abandono de incapaz, já que a filha ficou com o pai, que também é responsável legal da criança. A delegada explicou também que não houve indício de crime na fuga em si e, por isso, vai pedir o arquivamento do inquérito policial.
Gisele Heloísa Alves Silva foi vista após desembarcar em moto de aplicativo em Goiânia
Reprodução/TV Anhanguera
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