Em um cenário desafiador para a Bolsa, encontrar ações com preços atrativos e bons fundamentos se torna uma oportunidade rara. Neste mês de maio, o Clube do Valor compartilha três ações quase de graça que entraram na carteira do fundo de ações baratas da casa. Além de destacar os papéis, a análise aprofunda os motivos técnicos e estratégicos por trás de cada escolha.
Gerdau (GGBR4): queda exagerada e bom desempenho operacional
A Gerdau, gigante do setor siderúrgico, viu suas ações recuarem cerca de 17% nos últimos 12 meses. No entanto, segundo os analistas, a queda do papel foi maior do que a redução no desempenho operacional da companhia, o que a torna uma ação atrativa sob a ótica do valuation.
Apesar da pressão externa causada por fatores como a queda do preço do aço, juros elevados e o recente “tarifaço” do ex-presidente Donald Trump — que impactou exportações brasileiras — a empresa apresentou resiliência. A queda de 14,7% no EBIT foi menos acentuada que a queda de 63% no lucro líquido, indicando que os fundamentos operacionais seguem sólidos.
Dividendos continuam consistentes
Mesmo com a queda nos lucros, a companhia mantém sua política de dividendos estável, o que reforça seu apelo para investidores de longo prazo. Com um EV/EBIT por volta de 5 vezes e um “earning yield” de 20%, Gerdau é considerada subavaliada com base na métrica usada pela equipe do Clube do Valor.
JHSF (JHSF3): o luxo blindado à Selic alta
A segunda ação apontada é a JHSF, empresa do setor imobiliário focada no mercado de alto padrão. Em um ambiente de juros elevados, o segmento de luxo mostrou-se mais resiliente, com aumento de 20% na procura por imóveis acima de R$ 15 milhões somente em janeiro.
Resultados sólidos e múltiplos atrativos
Em 2024, a JHSF reportou receita líquida de R$ 545 milhões (+13%) e lucro líquido de R$ 410 milhões (+100%). A companhia ainda se destaca pelo EV/EBIT em torno de 5,35, indicador que a coloca entre as ações mais baratas da Bolsa, considerando os ajustes de balanço realizados pelo time de análise.
Plano&Plano (PLPL3): beneficiada pelo novo Minha Casa Minha Vida
A terceira ação é a Plano&Plano, que atua no segmento de baixa renda da construção civil. O papel vinha sofrendo com a restrição de crédito, mas a aprovação da Faixa 4 do programa Minha Casa Minha Vida mudou esse cenário.
A nova faixa permite o financiamento para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, com juros limitados a 10,5% ao ano — abaixo da Selic atual — o que deve impulsionar a demanda por imóveis populares.
Lucros crescentes e dividendos generosos
A empresa distribuiu R$ 1 por ação em dividendos, totalizando cerca de R$ 200 milhões. Em 2024, as vendas líquidas cresceram 10%, a receita avançou 25% e o lucro subiu 28%. Com EV/EBIT de 4,9 vezes e earning yield superior a 20%, a PLPL3 se destaca como uma pechincha no setor imobiliário.
A estratégia por trás das escolhas
Mais do que seguir dicas pontuais, o Clube do Valor adota um processo sistemático para selecionar ações baratas com base em filtros quantitativos e análise fundamentalista. O foco é identificar empresas com bom lucro operacional em relação ao seu valor total de mercado, o que gera um alto “earning yield”.
O método evita armadilhas comuns do mercado, como comprar ações em alta por impulso e vender papéis em baixa por pânico. A filosofia é baseada em alocação estratégica de ativos e construção de convicção no processo de escolha.
Ações baratas com fundamentos robustos
Gerdau, JHSF e Plano&Plano figuram entre as ações mais baratas da Bolsa em maio, com múltiplos atrativos e fundamentos sólidos, segundo a metodologia exclusiva do Clube do Valor. Cada uma representa um segmento diferente, oferecendo oportunidades de diversificação e potencial de valorização para quem busca montar ou reforçar uma carteira com foco em valor.
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