Cash3 compra Bitcoin e Cosan amarga prejuízo bilionário no 1T25

A Méliuz (CASH3) surpreendeu o mercado ao anunciar a compra de US$ 28 milhões em Bitcoin, equivalentes a cerca de R$ 140 milhões. A operação foi aprovada em assembleia no dia 15 de maio de 2025, e marca o início de uma nova estratégia da empresa no segmento de criptoativos. Segundo comunicado oficial, a aquisição foi feita a um preço médio de US$ 103 mil por BTC, com parte das compras iniciadas já em março.

Essa movimentação sinaliza uma guinada estratégica da companhia em busca de diversificação de caixa e valorização patrimonial em ativos digitais. A dúvida, no entanto, recai sobre a política de alocação: o mercado aguarda mais detalhes sobre a gestão do capital investido em cripto.

No primeiro trimestre de 2025, a CASH3 reportou receita líquida de R$ 100 milhões, crescimento de 22% em relação ao 1T24. Já o Ebitda consolidado subiu 174%, atingindo R$ 15 milhões. No entanto, o lucro líquido ajustado caiu 37%, encerrando o período em R$ 12 milhões. O caixa total da empresa também encolheu 66%, somando R$ 230 milhões.

No operacional, o desempenho foi positivo: o número de contas digitais abertas cresceu 192%, e o uso do cartão de crédito disparou 169% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior.

Cosan acumula prejuízo e segue sem distribuir dividendos

Do outro lado, a Cosan (CZAN3) apresentou resultados preocupantes no 1T25. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 1,8 bilhão, reforçando a dificuldade de recuperação após o corte de incentivos fiscais por parte do governo e a queda da equivalência patrimonial, que ficou negativa em R$ 76 milhões.

Apesar disso, houve uma redução da dívida líquida, de R$ 23 bilhões para R$ 17,5 bilhões, impulsionada pela venda de ativos como a participação na Vale. Mesmo assim, a dívida bruta permanece alta: R$ 21 bilhões. O resultado financeiro também seguiu negativo, com perdas de R$ 721 milhões.

A Cosan recebeu R$ 1,5 bilhão em dividendos/JCP de suas participações, mas ainda não anunciou repasses aos seus acionistas, o que gera frustração no mercado. A expectativa é que a companhia só volte a distribuir proventos no fim do primeiro semestre ou início do segundo.

Cenários opostos, estratégias diferentes

Enquanto a Cosan continua com seu plano de desinvestimentos e foco em reduzir alavancagem, mas sem entregar lucro, a Méliuz tenta reconstruir sua imagem e diversificar seu modelo de negócios, apostando no potencial do Bitcoin como ativo estratégico. Ambas as companhias vivem momentos distintos, refletindo o contraste entre um grupo consolidado em crise e uma empresa de tecnologia em busca de revalorização.

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