O atleta paraolímpico Kenned Batista Justino, de 42 anos, denunciou ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nesta semana, um suposto caso de preconceito envolvendo um motorista de aplicativo. Na última segunda-feira (12), Kenned foi deixado numa rua de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e teve a corrida cancelada após se identificar como cadeirante.
O momento foi registrado por câmera de segurança instalada no bairro Santa Rosa, em Uberlândia, e compartilhado pela vítima nas redes sociais. As imagens mostram o carro estacionado na porta da casa de Kenned, à espera do atleta. Quando ele chega e se identifica ao lado da porta dianteira do passageiro, o veículo arranca.
“Primeiro, ele estava entretido no telefone. Então, eu perguntei: ‘posso ir no banco da frente?’. Ele olhou pro lado, viu que eu era cadeirante e disse que não. Acelerou o carro e foi embora”, explica o atleta paraolímpico.
Em publicação feita nas redes sociais, Kenned classificou a atitude do motorista como “preconceito e crime”. “Se eu estivesse apoiado ou segurando na maçaneta do carro, ele teria me arrastado quando arrancou. Poderia até ter me derrubado no chão”, denuncia a vítima.
Processo
Atual campeão brasileiro de paratletismo no lançamento de dardo, o atleta diz que perdeu o treino de segunda-feira por causa do episódio. “Um amigo me passou o contato de um advogado, que me instruiu a entrar em contato com o Ministério Público e com a Polícia Militar”, conta. “Eu abri o boletim de ocorrência e dei início ao processo no mesmo dia”.
Em nota, o MPMG confirmou que foi instaurada uma demanda e que, dentro do procedimento, “estão sendo adotadas as diligências para apuração do ocorrido e identificação do motorista para a respectiva responsabilização”.
Segundo Kenned, o suporte da 99, empresa responsável pelo serviço, também foi acionado. “Eles responderam bem. Falaram que iam analisar o caso para bloquear o motorista, mas, ainda não me deram retorno concreto”, afirma. O BHAZ questionou a 99 sobre o andamento do processo e aguarda retorno. Assim que houver, a matéria será atualizada.
“O mínimo que eu espero é uma indenização e que o serviço dele [motorista] seja bloqueado. Ele não só feriu o ego, mas cometeu um crime”, diz a vítima. “A gente sempre passa por esse tipo de coisa, mas não da forma que foi na segunda. Foi muito forte, pesado pra mim. Chega a ser grosseiro”, complementa.
A reportagem não conseguiu contato com o condutor. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
O post VÍDEO: Atleta cadeirante que teve corrida de app cancelada denuncia motorista: ‘preconceito e crime’ apareceu primeiro em BHAZ.