Roupa Nova celebra 45 anos em Salvador: “Não queremos pensar no fim”

Prestes a completar 45 anos de carreira, o grupo Roupa Nova chega a Salvador com um show especial da turnê Simplesmente Roupa Nova, neste sábado, 17. Em entrevista ao Portal A TARDE, os músicos falaram sobre os desafios da longevidade artística, o carinho do público baiano, a perda de Paulinho e a responsabilidade de dialogar com novas gerações mantendo viva a essência da banda.Como o repertório da turnê foi escolhido? Pensando que a turnê é voltada para a celebração da história de vocês, houve alguma disputa entre preservar canções clássicas e inovar?Realmente é muito difícil definir um repertório porque, graças a Deus, temos muitos sucessos. Mas jamais há briga para decidir as músicas. Escolhemos aquelas que não podem faltar de jeito nenhum e, depois, vamos opinando em quais vale complementar.O que vocês acreditam que foi mais marcante ao longo dessas quatro décadas? Existe algum episódio que tenha marcado a memória de vocês?Ah, uma das coisas com certeza foi o início de tudo, quando começamos a ouvir nossas músicas nas novelas e hoje sermos os recordistas em trilha sonora.

Banda realizará show em Salvador na Concha Acústica no dia 17 de maio

|  Foto: Denisse Salazar / Ag. ATARDE

O que significa para vocês manter uma formação quase intacta em um meio tão volátil como o da música? Qual é o segredo para se manterem juntos durante tantas décadas?A base é o amor e o respeito. Não existe segredo. Somos pessoas diferentes, com opiniões diferentes. Se fosse tudo igual, duvido que estaríamos aqui hoje com a mesma formação, agora com o Fábio Nestares. O negócio é se respeitar e priorizar o que escolhemos para a vida: a música.Em 2020, infelizmente Paulinho veio a falecer por conta de complicações da Covid. Como foi para a banda lidar com esse acontecimento?Foi um choque. Nosso carequinha era muito querido e amado por todos. Mas Deus tinha um propósito, e era a hora dele descansar. Ele sempre estará vivo e presente com a gente.Musicalmente falando, como Roupa Nova foi afetado com a perda de Paulinho? Hoje, cinco anos depois, ainda existem resquícios do impacto dessa perda nas apresentações?O público recebeu muito bem o Fábio, que já vinha cobrindo o Paulinho há alguns anos, quando ele precisava se ausentar. Não tivemos rejeição. Foi um impacto muito forte perder alguém que a gente ama, mas os nossos fãs abraçaram o Fábio [Nestares] de maneira linda e continuam cantando pelo Paulinho, assim como nós.Após 45 anos de história, vocês já pensaram em algum momento sobre o fim das atividades do grupo ou o Roupa Nova ainda tem estrada para seguir?Não, e nem queremos pensar nisso. Claro que vai ser inevitável as perdas, já não somos tão jovens, mas enquanto pudermos continuar fazendo o que amamos, vamos seguir juntos.Como vocês acreditam que a banda pode conversar com o público mais jovem e que não cresceu ouvindo as músicas de vocês?Muito desse público vem da família, que passa esse amor pela gente, ou então de músicos que se inspiram em nós. Roupa Nova é atemporal.Como é a sensação de retornar para Salvador? O que torna diferente a experiência de fazer um show na capital baiana?Salvador é uma cidade que sempre nos recebe com muito amor e calor, literalmente falando. Estamos felizes de poder voltar – e ainda com ingressos esgotados.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.