Gripe aviária ameaça exportações e pode gerar perda de R$ 1,3 bilhão ao Brasil

A recente detecção de gripe aviária no Brasil já está provocando impacto significativo nas exportações de carne de frango. Com países como China, União Europeia, Argentina, Chile, Uruguai e México anunciando suspensão temporária das compras, o prejuízo estimado pode chegar a R$ 1,3 bilhão, de acordo com cálculos feitos com base nas exportações de abril.

O montante representa cerca de US$ 200 milhões ou 28% do volume exportado pelo Brasil no setor de carne de aves. No ano passado, o país movimentou US$ 9 bilhões nesse mercado, sendo o maior exportador global da proteína. A suspensão dos embarques, no entanto, ainda pode ter impacto limitado caso a crise seja contida rapidamente.

Primeira vez que o Brasil enfrenta a gripe aviária

Desde o início da circulação global do vírus H5N1, em 2006, esta é a primeira vez que o Brasil registra casos em seu território. Mesmo assim, o país segue com status de “livre de gripe aviária de alta patogenicidade” em produção comercial, o que evita sanções mais duras.

A ocorrência atual se restringe a aves silvestres no Rio Grande do Sul, e o Ministério da Agricultura tem seguido seu plano de contingência com rigor. O isolamento das áreas afetadas e a agilidade na comunicação com organismos internacionais são apontados como diferenciais na resposta brasileira.

Setor estava em recuperação e pode se sustentar

A crise surge num momento de alívio para os produtores, que vinham recuperando margens diante da queda nos custos de produção. Caso o controle sanitário seja eficaz, analistas projetam que os impactos sejam minimizados até o fim do ano.

Além disso, o Brasil conta com acordos bilaterais com países como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Japão e Filipinas que permitem a regionalização das suspensões. Ou seja, apenas a produção do Rio Grande do Sul foco dos casos ficaria temporariamente impedida de exportar. Esses parceiros representaram, juntos, cerca de 28% das exportações brasileiras de frango em 2024.

Histórico favorece resposta rápida

Crises anteriores, como os episódios de “vaca louca” que afetaram a carne bovina, duraram cerca de 30 dias, o que reforça a expectativa de que as medidas emergenciais surtam efeito. O governo federal e o setor produtivo apostam que a combinação entre reputação sanitária sólida e acordos comerciais específicos seja suficiente para conter perdas mais expressivas.

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