Bolsa Família: mudança é positiva, mas economia de R$ 1 bi não resolve déficit

A recente decisão do governo federal de revisar a vinculação do Bolsa Família ao salário mínimo foi bem recebida por economistas e analistas de mercado. A medida é considerada um avanço técnico que pode ajudar no controle das contas públicas, mas o impacto fiscal direto é considerado pequeno. A economia projetada gira em torno de apenas R$ 1 bilhão valor ínfimo diante do orçamento total do programa, que ultrapassa R$ 160 bilhões ao ano.

 De acordo com os especialistas ouvidos, o principal mérito da proposta está em abrir espaço para discussões mais amplas sobre a desvinculação do salário mínimo em outros benefícios federais, o que pode ter efeitos mais significativos no médio e longo prazo.

Além disso, os economistas reforçam que revisões cadastrais no Bolsa Família precisam ser constantes para evitar distorções e garantir que os recursos cheguem aos que realmente precisam. Ainda assim, apontam que a principal pressão sobre as contas públicas vem de outras frentes, como a Previdência Social, que consome uma fatia muito maior do orçamento e carece de reformas estruturais.

Sobre possíveis reajustes no valor do benefício, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou qualquer plano ou pedido oficial para elevar o valor de R$ 600 para R$ 700, como chegou a circular. Ele afirmou que não há demanda do Ministério do Desenvolvimento Social nem de outras pastas por aumento imediato, embora a equipe econômica esteja iniciando a elaboração da Lei Orçamentária Anual de 2026, que será enviada ao Congresso em agosto.

Enquanto isso, o governo continua sob pressão para cumprir a meta de zerar o déficit fiscal ainda este ano. Para isso, medidas de maior impacto serão necessárias e, segundo analistas, a atual mudança no Bolsa Família, embora simbólica e positiva, não é suficiente para mover o ponteiro das contas públicas.

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