Banco do Brasil (BBAS3) despenca 14% e BTG rebaixa recomendação após balanço fraco

A ação do Banco do Brasil (BBAS3) acumula queda de 14% em apenas dois pregões após a divulgação de um balanço considerado fraco por analistas do BTG Pactual. O banco de investimentos rebaixou sua recomendação de “compra” para “neutro” nesta semana, destacando que os resultados vieram cerca de 20% abaixo do esperado e que o cenário para os próximos trimestres ainda é de cautela.

BTG vê impacto duradouro da resolução 4.966 e alta inadimplência no agro

Segundo o novo relatório do BTG, publicado em 19 de maio, o Banco do Brasil foi duramente impactado pela resolução 4.966, que altera a forma de apropriação de juros em operações com pagamentos únicos, especialmente no setor agropecuário. Como a carteira do BB tem grande exposição ao agro, a mudança regulatória resultou em um impacto de R$ 1 bilhão na receita apenas no primeiro trimestre de 2025.

Além disso, o crescimento da inadimplência no crédito rural contribuiu para elevar as provisões, pressionando o lucro líquido do período. A expectativa dos analistas é de que o segundo trimestre também traga resultados fracos — possivelmente até piores do que os do 1T25.

Preço justo do BBAS3 cai de R$ 34 para R$ 30, segundo BTG

O BTG revisou para baixo o preço justo da ação do Banco do Brasil, agora estimado em R$ 30 com base no modelo de Gordon, considerando:

  • ROI sustentável de 17,5%;

  • Custo de capital de 17,5%;

  • Crescimento estimado (g) de 10,5%;

  • Dividendos esperados de R$ 2,14 por ação para 2026.

Hoje, o valor patrimonial por ação do banco está em R$ 30,59, e o P/VP atual gira em torno de 0,8 — ou seja, a ação está sendo negociada com cerca de 20% de desconto em relação ao valor considerado justo pelos analistas.

Projeções de lucro e dividendos até 2027

Mesmo com a revisão negativa no curto prazo, o relatório traz projeções otimistas para o médio e longo prazo. Confira as estimativas do BTG:

Ano Lucro Estimado Provento por Ação
2025 R$ 29,4 bilhões R$ 1,89
2026 R$ 33 bilhões R$ 2,14
2027 R$ 37,2 bilhões R$ 2,35

Região de compra ideal e margem de segurança

Para quem busca mais margem de segurança, os analistas indicam que preços entre R$ 20 e R$ 23 (P/VP de 0,65 a 0,75) representam uma faixa historicamente atrativa. Embora não haja garantias de que a ação vá recuar a esse patamar, oscilações dessa magnitude já aconteceram no passado.

Por outro lado, investidores de longo prazo que comprarem ao preço atual (R$ 25) poderão capturar um yield médio estimado em 8% nos próximos três anos, além de acompanhar a valorização do patrimônio líquido, que pode chegar a R$ 40 por ação até 2027.

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