A Clabin (KLBN11), uma das maiores produtoras de papel e celulose da América Latina, tem enfrentado um cenário desafiador nos últimos anos, com queda de lucros e endividamento elevado. Ainda assim, a empresa segue distribuindo dividendos e aposta em uma retomada de crescimento com base em fundamentos sólidos e perspectivas otimistas.
Empresa centenária com papel estratégico no setor
Fundada em 1899 e listada na B3 desde 1979, a Clabin atua no setor de materiais básicos e é referência na produção de papel para embalagens, celulose e embalagens de papel. Sua estrutura societária é considerada robusta, com tag along de 100% e liquidez diária superior a R$ 115 milhões.
Pontos fortes e fragilidades revelados na análise de indicadores
Em uma análise fundamentada com 16 indicadores de governança, estabilidade, endividamento e crescimento, a Clabin alcançou nota 6,25 em uma escala de 0 a 10. Os principais destaques positivos incluem:
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Governança sólida: Nível 2 de listagem na B3 e alta liquidez.
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Distribuição de proventos: Pagamentos frequentes de dividendos e JCP desde 2012.
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Crescimento histórico: ROE de 21% e crescimento médio do lucro em torno de 22% nos últimos 5 anos.
Por outro lado, os principais pontos de atenção são:
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Prejuízos pontuais: Registrados em 2015 e 2020.
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Queda no lucro: Observada nos anos de 2023 e 2024.
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Endividamento elevado: Dívida líquida 3,44 vezes superior ao patrimônio líquido e 4,55 vezes o EBITDA.
Desempenho da ação e volatilidade controlada
A ação KLBN11 fechou recentemente a R$ 19,47, com um P/VPA de 2,82 e P/L de 13,44. Nos últimos 12 meses, acumulou desvalorização de 7%, atingindo mínima de R$ 17,75 e máxima de R$ 23,64. Ainda assim, a volatilidade é baixa — o beta médio dos últimos cinco anos é de apenas 0,45, indicando que o papel tende a sofrer menos em momentos de estresse no mercado.
Histórico e projeções de dividendos
A Clabin tem distribuído dividendos regularmente em fevereiro, maio, agosto e novembro. Em 2024, pagou R$ 1,37 por ação, com dividend yield de 5,91% e payout de 85%. A média dos últimos 5 anos foi de R$ 0,92 por ação, yield de 4,21% e payout médio de 46%.
Projeções para os próximos anos:
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Cenário conservador: Dividendos de R$ 0,77.
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Cenário base (média histórica): R$ 0,92.
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Cenário otimista: R$ 1,53 (com retomada do lucro e payout de 75%).
Preço teto da ação: quanto vale pagar por KLBN11?
Com base nos dividendos projetados, os seguintes preços teto foram calculados para diferentes perfis de investidores:
Cenário | Dividendos | Yield Esperado | Preço Teto |
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Base | R$ 0,92 | 6% | R$ 15,33 |
8% | R$ 11,50 | ||
10% | R$ 9,20 | ||
Conservador | R$ 0,77 | 6% | R$ 12,85 |
Otimista | R$ 1,53 | 6% | R$ 25,51 |
Já o preço justo calculado pelo método de Graham é de R$ 15,15, o que aponta para um potencial de queda de 22% frente à cotação atual. Por outro lado, a mediana dos analistas projeta preço-alvo de R$ 28, sugerindo upside de 43%.
Vale a pena investir em KLBN11?
Apesar da alta alavancagem e da oscilação no lucro, a Clabin apresenta fundamentos relevantes para investidores com foco em dividendos e resiliência setorial. O ciclo de investimentos da empresa foi concluído recentemente, o que abre espaço para retomada da lucratividade e possível aumento de proventos no médio prazo.
A baixa volatilidade, aliada à governança forte e consistência no pagamento de dividendos, torna KLBN11 uma opção interessante para diversificação de carteira. No entanto, a recomendação é de cautela com os preços atuais — investidores devem observar o preço teto com base no yield desejado antes de aumentar posição.
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