Consórcio ou financiamento: qual é o jeito mais barato de comprar um carro em 2025?

A decisão entre consórcio ou financiamento é uma das mais comuns entre quem sonha em ter um carro próprio no Brasil. Com juros elevados e a inflação ainda pressionando os preços, entender o que realmente vale a pena se tornou fundamental. Em uma análise profunda com base em simulações reais, uma comparação entre essas duas opções revela não apenas o custo total de cada alternativa, mas também mostra que há um terceiro caminho, muitas vezes ignorado: investir e comprar à vista.

Juros altos mudam o jogo

O cenário atual, com a taxa Selic em 14,75% ao ano, impacta diretamente o custo do crédito no Brasil. Com isso, o financiamento de veículos chega a cobrar taxas de até 29,5% ao ano — o que equivale a juros mensais de cerca de 1,15%.

Já o consórcio, embora isento de juros, cobra taxas de administração e fundo de reserva, além de corrigir o valor da carta de crédito pela inflação (IPCA), o que encarece as parcelas ao longo do tempo.

Financiamento: acesso imediato, custo elevado

No financiamento, o carro é entregue imediatamente após o pagamento da entrada. Porém, o bem só será seu de fato após a quitação. Simulação com um valor financiado de R$ 54 mil em 66 parcelas revelou um custo total de R$ 100.437, considerando uma entrada de 10% e taxa de 29% ao ano.

Principais características:

  • Entrada obrigatória (geralmente 10% a 20%)

  • Entrega imediata do carro

  • Juros elevados

  • Possibilidade de amortização antecipada e redução do saldo devedor

  • Parcelas fixas, sem reajuste pela inflação

Consórcio: menor custo, mas exige paciência (ou um bom lance)

Por outro lado, o consórcio oferece custo menor, mas não garante a entrega do carro no início. Para antecipar o recebimento, é necessário dar um lance — geralmente entre 40% e 60% do valor da carta.

Em uma simulação com carta de crédito de R$ 57.654, lance de R$ 20.756 e taxa de administração de 16,63%, o valor total pago foi de R$ 68.975 — significativamente menor que o financiamento. No entanto, as parcelas foram corrigidas anualmente por uma inflação projetada de 4%, elevando o custo mês a mês.

Pontos de atenção:

  • Sem juros, mas com taxa de administração e correção inflacionária

  • Não há amortização com desconto

  • Parcelas aumentam ao longo do tempo

  • É possível antecipar a contemplação com lance alto

  • Em caso de contemplação precoce, a correção inflacionária continua

E se, em vez de comprar agora, você investisse?

Ao simular o investimento do valor do lance (R$ 20.756) e das parcelas mensais (corrigidas pela inflação) a uma rentabilidade média de 13% ao ano, o resultado surpreende.

Em 2 anos e 3 meses, o valor acumulado seria suficiente para comprar o mesmo carro à vista, com sobra. E se o investimento continuar até o fim dos 66 meses, o investidor não só teria o carro quitado como também R$ 46.000 a mais no bolso. No caso da simulação com o financiamento, a vantagem seria ainda maior: R$ 58.000 em rendimentos adicionais ao final do período.

Essa estratégia evidencia o alto custo de oportunidade de adquirir um carro por financiamento ou consórcio. Ao adiar a compra e deixar o dinheiro render, é possível obter o mesmo bem e ainda formar patrimônio.

Depreciação também conta

Outro ponto que pesa é a desvalorização do carro. Um veículo novo pode perder de 10% a 15% do valor por ano. Ao comprar financiado, o consumidor paga mais caro por um bem que se desvaloriza rapidamente. Já quem investe o valor correspondente e compra o carro após dois anos, adquire um seminovo por menos e ainda mantém parte do dinheiro investido.

Quando o consórcio faz sentido?

Mesmo com as ressalvas, o consórcio pode ser vantajoso em algumas situações:

  • Quando há disciplina financeira e disposição para esperar a contemplação

  • Para quem pretende adquirir o carro no futuro (por exemplo, para um filho)

  • Em um cenário de juros elevados, como o atual

  • Quando há possibilidade de dar um bom lance inicial

E o financiamento?

O financiamento só se justifica em casos específicos:

  • Quando o carro é essencial para gerar renda (como motoristas de aplicativo)

  • Quando não há recursos para um lance alto

  • Quando o acesso imediato ao carro é indispensável

Consórcio, financiamento ou investir?

  • Consórcio: mais barato que financiamento, mas exige paciência ou um lance alto.

  • Financiamento: entrega rápida, porém com custo total muito maior.

  • Investimento: a melhor alternativa em termos financeiros, para quem pode esperar.

Planejar antes de assumir uma dívida é essencial. A escolha certa depende do momento de vida, das condições econômicas e da finalidade do carro. Em tempos de juros altos, pensar duas vezes antes de financiar ou fazer consórcio pode significar milhares de reais economizados — e um patrimônio construído no processo.

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