Nos últimos meses, milhares de beneficiários do Bolsa Família foram surpreendidos com a redução ou até o corte total do benefício. A principal causa? Alterações na renda per capita registrada no Cadastro Único. Muitas vezes, sem perceber, o beneficiário tem sua renda atualizada e, ao verificar, descobre que passará a receber apenas 50% do valor ou, pior, será desligado do programa.
O que está acontecendo?
Conforme relatos recentes, diversos beneficiários perceberam que, mesmo sem alteração real na renda familiar, seus cadastros apontam valores mais altos. Isso ocorre após visitas dos agentes do CRAS ou atualizações realizadas de forma incorreta no Cadastro Único.
Por exemplo, uma beneficiária que morava apenas com sua filha e tinha renda familiar de R$ 200 (renda per capita de R$ 100), viu esse valor subir para R$ 500 (renda per capita de R$ 250) após atualização cadastral, sem ter aumentado a renda real. Como consequência, ela perdeu o direito ao valor integral do Bolsa Família e passou a receber apenas a metade.
Como saber se você está em risco?
É fundamental acompanhar de perto a sua situação no Cadastro Único. Para isso, siga os passos:
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Acesse o aplicativo do Cadastro Único.
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Clique em “Consulta ao Formulário”.
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Verifique o campo de renda per capita.
Se o valor estiver igual ou abaixo de R$ 218, você continuará recebendo normalmente. Entretanto, se for superior a R$ 218, o risco de redução ou cancelamento é real.
Atenção: a renda per capita considera todas as fontes de renda, inclusive informais e esporádicas, exceto o próprio Bolsa Família.
Como funcionam as regras de proteção?
O Governo Federal estabeleceu regras chamadas de “proteção”, que permitem ao beneficiário permanecer no programa por um período, mesmo após o aumento da renda.
Até junho de 2025:
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Renda per capita entre R$ 218 e meio salário mínimo (R$ 759):
Beneficiário permanece no Bolsa Família por até 24 meses, mas recebe apenas 50% do valor.
Caso a renda supere R$ 759, o benefício é cortado. -
Renda per capita igual ou inferior a R$ 218:
Benefício mantido integralmente.
A partir de julho: Novas regras mais rígidas
Com a atualização na portaria do Bolsa Família, a regra de proteção mudará significativamente:
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Renda per capita entre R$ 218 e R$ 706:
Beneficiário permanece, mas o valor do benefício será reduzido pela metade. -
Se ultrapassar R$ 706:
O beneficiário será desligado do programa.
O tempo de permanência também muda conforme o motivo do aumento da renda:
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Renda por carteira assinada, informal ou BPC para deficiente: até 12 meses.
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Aposentadoria, pensão ou BPC para idoso: apenas 2 meses.
Mesmo após o desligamento, o cidadão poderá retornar ao Bolsa Família, caso se enquadre novamente, em até 36 meses.
Como evitar perder o Bolsa Família?
Para evitar cortes indevidos ou redução, fique atento às orientações:
Monitore regularmente a sua renda per capita pelo aplicativo.
Ao realizar atualização no CRAS, informe apenas rendas fixas e comprováveis.
Não inclua benefícios sociais ou pequenas ajudas familiares como “renda”.
Em caso de erro, solicite nova atualização cadastral e apresente documentos que comprovem a real situação financeira.
Cuidado ao atualizar os dados
Durante o recadastramento, muitas famílias relatam incluir informações desnecessárias, como pequenas ajudas de parentes. Essas quantias são somadas à renda, elevando a per capita e comprometendo a permanência no programa.
Dica importante: quando perguntado como mantém as despesas de casa, explique que são custeadas com o próprio Bolsa Família, sem necessidade de informar valores recebidos eventualmente de terceiros.
O post Renda per capita aumentou? Veja como não perder ou reduzir o Bolsa Família apareceu primeiro em O Petróleo.