Danielian Rio inaugura duas exposições simultâneas sobre a floresta: Rosina Becker do Valle e Gabriel Giucci

Rosina Becker do Valle - A Festa dos Orixas - 1971 - óleo sobre tela - ass.datado e intitulado na parte inferior e no verso - 65x80 cm -com dedicatoria no verso - Foto Divulgação

A partir desta quinta-feira (22), a Danielian Rio apresenta duas exposições simultâneas profundamente conectadas pelo tema da floresta: “Verde que te quero ver-te”, com obras da artista Rosina Becker do Valle (1914–2002), e “Amazoceno”, série inédita do artista contemporâneo Gabriel Giucci. Ambas têm curadoria de Marcus de Lontra Costa e Rafael Fortes Peixoto e estarão abertas à visitação até o dia 19 de julho, na Gávea, Rio de Janeiro.

Um diálogo entre passado, presente e natureza

A proposta curatorial parte da ideia de que o tempo histórico não é linear, mas uma constante reconfiguração do passado no presente. Assim, as duas mostras abordam a floresta sob perspectivas distintas, mas complementares.

Em Rosina Becker do Valle, nome fundamental da arte brasileira do século XX, a floresta é uma paisagem íntima e sensível, permeada por cores saturadas e figuras mitológicas do cotidiano. Aluna de Ivan Serpa nos cursos livres do MAM-RJ, Rosina foi associada a uma linguagem popular, intuitiva e quase litúrgica. Sua produção traça paralelos com modernistas como Djanira e Tarsila do Amaral, na busca de uma identidade brasileira na pintura.

Rosina Becker do Valle - A Floresta - 1980 - óleo sobre tela - ass.intitulado e datado na parte inferior e no verso - 43x34 cm
Rosina Becker do Valle – A Floresta – 1980 – óleo sobre tela – ass.intitulado e datado na parte inferior e no verso – 43×34 cm – Foto Divulgação

Já em Gabriel Giucci (1987), artista que vive entre Rio de Janeiro, São Paulo e Nova York, a floresta assume a dimensão de um organismo anterior à presença humana. Em “Amazoceno”, Giucci propõe uma pré-história possível, uma fábula crítica sobre o tempo presente. As pinturas, feitas em óleo sobre linho cru, apresentam animais em escala natural, sem idealizações, inserindo a fauna como sujeito e desestabilizando o olhar urbano e antropocêntrico.

Gabriel Giucci, Boto,2025, oleo sobre linho, 105x139cm - Foto Divulgação
Gabriel Giucci, Boto,2025, oleo sobre linho, 105x139cm – Foto Divulgação

Amazoceno: o tempo geológico da floresta

O título da série de Giucci remete à ideia da Amazônia como um território em disputa, onde ciência e ficção se entrelaçam. A mostra funciona como um inventário pictórico de seres vivos, evocando um tempo anterior ao impacto humano e ampliando o campo da pintura contemporânea brasileira.

Em contraste, Rosina reforça a ideia de que a floresta já está dentro de nós, integrada à cultura e à subjetividade brasileira.

Serviço:
Exposições: “Verde que te quero ver-te” e “Amazoceno”
Local: Danielian Rio – Rua Major Rubens Vaz, 414, Gávea, Rio de Janeiro
Abertura: 22 de maio de 2025, das 18h às 21h
Visitação: de 23 de maio a 19 de julho de 2025
Horários: segunda a sexta, das 11h às 19h; sábado, das 11h às 17h

Todas as obras estão à venda pela galeria.

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