O fundo imobiliário Kinea KNUQ11, especializado em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) indexados ao CDI, registrou em abril o maior rendimento da sua história: 1,30% por cota. Esse resultado expressivo evidencia o potencial do fundo diante de um ambiente de juros elevados, com a Selic próxima a 15,25% ao ano e tendência de manutenção nesse patamar.
Estratégia: foco em operações CDI e exposição residencial
O KNUQ11 integra o universo de fundos “Rail” da Kinea, com uma proposta clara: manter uma carteira majoritariamente composta por CRIs atrelados ao CDI, com spreads robustos na faixa de CDI +5%. Atualmente, o fundo possui 95% da carteira alocada em CRIs desse perfil, o que explica sua performance destacada.
Grande parte das operações concentra-se no segmento residencial, que representa aproximadamente 80% da carteira. Essa escolha estratégica visa alcançar altas taxas de retorno com risco controlado, evitando empreendimentos mais arriscados, como loteamentos ou incorporações mais complexas.
Principais aquisições recentes
Durante o mês, o KNUQ11 realizou movimentações importantes, ainda que com volume financeiro moderado, de aproximadamente R$ 34 milhões. Entre as aquisições de destaque estão:
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CRI Projeto Curitiba – empreendimento residencial com taxa CDI +5%.
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CRI Freguesia do Ó – residencial em São Paulo, taxa CDI +4%.
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CRI Brooklin – outro residencial paulista, também CDI +4%.
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Centro de Distribuição em Contagem (MG) – galpão logístico em construção.
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CRI Jardins Zona Sul – residencial em área nobre de São Paulo.
Com essas operações, o fundo mantém uma alocação de 96%, enquanto o restante está distribuído entre LCIs e caixa para liquidez e eventuais oportunidades.
Liquidez e performance
A liquidez média do fundo está em torno de R$ 2 a R$ 3 milhões por dia, considerada adequada para investidores que buscam fundos de perfil high yield com foco em CRI. A cotação atual está próxima de R$ 102, dentro da sua média histórica, após uma queda significativa observada entre dezembro e janeiro, quando chegou a R$ 94 — oportunidade que beneficiou quem aproveitou o momento para comprar.
O rendimento de 1,30% registrado em abril é o maior desde a criação do fundo, reforçando sua atratividade num cenário de juros altos.
Taxas, alavancagem e perspectivas
Como característica dos produtos da Kinea, o fundo possui uma taxa de administração elevada, o que é frequentemente criticado pelos investidores, mas que se justifica pela gestão ativa e pela segurança da seleção dos CRIs.
Além disso, o KNUQ11 apresenta atualmente uma alavancagem moderada, com cerca de 7,7% do patrimônio líquido comprometido em operações compromissadas. Esse movimento pode indicar uma preparação para nova emissão de cotas, típica estratégia da Kinea: alavanca-se, valoriza a cota no mercado secundário e realiza uma nova captação.
Se confirmada, essa operação pode ampliar ainda mais o potencial de distribuição do fundo.
Rendimento elevado sustentado pela Selic
O rendimento de 1,30% no mês representa uma base sólida e ainda pode evoluir. Com a Selic estacionada em 15,25% e a estrutura da carteira praticamente toda atrelada ao CDI, a expectativa é que o fundo siga entregando algo próximo ou superior a 1,30% ao mês.
Considerando o spread de CDI +5% e o nível atual da taxa de juros, o rendimento anualizado bruto pode chegar a 20%, com uma distribuição líquida estimada entre 17% e 18% ao ano, após deduzidas as taxas — um dos mais altos patamares entre os fundos de CRI do mercado.
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