A Petrobras anunciou a perfuração de oito poços na região do Foz do Amazonas, situada na chamada margem equatorial brasileira, consolidando mais um passo em sua estratégia de expansão no setor de óleo e gás. A previsão é de que as atividades comecem ainda no segundo semestre de 2025, após a conclusão dos processos de validação ambiental.
A confirmação ocorre em um momento de instabilidade nos mercados globais. O preço do barril de petróleo futuro recuava cerca de 1% nesta sexta-feira (23), cotado a US$ 63, pressionado por declarações do governo dos Estados Unidos e pela expectativa de aumento na produção por países membros da Opep, que pode gerar excesso de oferta e derrubar ainda mais os preços da commodity nos próximos meses.
PETR4 opera próximo a R$ 31, com ADRs em queda
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) seguem pressionadas, sendo negociadas na região de R$ 31, após terem atingido um fundo recente de R$ 29,60 no início de maio. A queda do petróleo e o recuo de aproximadamente 1% nas ADRs (American Depositary Receipts) da Petrobras na pré-abertura em Nova York indicam que o pregão na B3 pode ser marcado por novas baixas.
Esse cenário, segundo analistas, pode representar uma oportunidade de compra para investidores que buscam acumular ações da estatal, conhecida por ser um ativo cíclico, mas que oferece bons dividendos e possui perspectivas positivas com o avanço das explorações na margem equatorial.
Explorações no Foz do Amazonas: aposta estratégica
De acordo com a CEO da Petrobras, a companhia está em fase final de validação ambiental para iniciar a perfuração dos oito primeiros poços no Foz do Amazonas, um projeto considerado estratégico pela estatal para aumentar suas reservas de petróleo.
As operações devem ocorrer em águas profundas e ultra profundas, que concentram potencial significativo de novas descobertas. A empresa reforça que, após essa etapa inicial, pretende continuar os estudos para ampliar ainda mais as explorações na região.
Embora a quantidade inicial de poços possa parecer modesta, especialistas destacam que se trata de um marco importante, dado o alto grau de complexidade técnica e ambiental que envolve a exploração em áreas offshore, especialmente em regiões sensíveis como a Amazônia.
Queda global das bolsas e tensão no setor de tecnologia
Além da pressão sobre o preço do petróleo, o mercado internacional sofre com quedas generalizadas nas bolsas, principalmente nos Estados Unidos, após o governo americano anunciar a possibilidade de aplicar uma tarifa de 25% sobre iPhones da Apple.
A medida foi motivada pelo fato de a empresa intensificar sua produção na Índia, em detrimento de fábricas nos Estados Unidos. A taxação poderá impactar o preço final dos produtos e afetar os lucros das grandes empresas de tecnologia, como Apple e Nvidia, que já enfrentam quedas nas ações.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registrava na pré-abertura uma leve alta de 0,2% a 0,3%, mas especialistas alertam que a volatilidade global pode influenciar negativamente os ativos locais ao longo do dia.
Oportunidades para investidores
Apesar das incertezas globais e da queda recente nas ações da Petrobras, a companhia segue fortalecendo seu portfólio e ampliando sua capacidade de produção futura. O avanço no Foz do Amazonas representa não apenas um movimento estratégico para aumentar reservas e garantir a segurança energética nacional, mas também pode impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região, com geração de emprego e renda.
Para investidores, o momento pode ser visto como uma janela de oportunidade para acumular ações de uma das maiores petroleiras do mundo, que continua se posicionando para o futuro, mesmo em meio aos desafios do mercado de commodities.
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