Morre Sebastião Salgado, ícone da fotografia brasileira

Morreu aos 81 anos, nesta sexta-feira (23), o fotógrafo Sebastião Salgado. O mineiro foi um dos maiores nomes da fotografia no país.

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Quem é Sebastião Salgado

Sebastião Salgado nasceu em Minas Gerais, mesmo estado onde conheceu Lélia Wanick Salgado, quando ela tinha 17 e ele, 19. Os dois estão juntos há 60 anos. Ela se formou em Arquitetura e ele, em Economia. Os dois integravam um grupo revolucionário de esquerda e, conforme aumentava a perseguição política durante a ditadura militar brasileira, decidiram deixar o país para se exilarem em Paris.

Em terras francesas, Salgado descobriu o talento para a fotografia quando pegou emprestada uma câmera de Lélia. Sua ascensão foi meteórica em Paris, onde passou por diferentes agências e conseguiu deixar sua marca.

Mais tarde, Lélia se tornou diretora da galeria Magnum, antes de abrir um estúdio independente, que pouco a pouco passou a ser dedicado à produção de Salgado. O trabalho de Lélia é, aliás, reconhecido como chave para o sucesso do marido. “Não sei dizer onde termino e onde começa Lélia”, afirmou o fotojornalista na entrevista.

Trajetória

O início da carreira do fotógrafo foi marcado por críticas de colegas, que o acusavam de explorar e estetizar a miséria, mas Salgado rebate. “Eu não nasci aqui (na Europa). Eu vim do terceiro mundo. Quando nasci, o Brasil era um país em desenvolvimento. As fotos que tirei, tirei a partir do meu lado, do meu mundo, de onde venho”, explicou.

Na época, as críticas o abalaram e ele chegou a se distanciar do mundo da fotografia. Foi quando nasceu o Instituto Terra, criado pelo casal como uma organização não governamental que atua como centro de recuperação ambiental em Minas Gerais. A conexão com a natureza fez Salgado relembrar a paixão pelas lentes.

Pelo Instituto, Lélia e Sebastião começaram a coletar sementes, treinar técnicos rurais e então passaram a plantar milhões de árvores no estado. “Nós começamos com um viveiro de 25 mil árvores, depois expandimos para 125 mil. Hoje, nosso viveiro tem espaço para 550 mil árvores por ano, e no próximo ano, vamos expandi-lo para 2 milhões. É fantástico”, disse ao The Guardian.

A conexão com a natureza fez o fotógrafo redescobrir a paixão pela fotografia, conduzindo-o a dois dos seus mais significantes projetos: “Genesis” (2013) e “Amazônia” (2021).

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