O fotógrafo Sebastião Salgado morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos. Considerado um dos maiores nomes da fotografia brasileira, o mineiro acumulou importantes condecorações ao longo de sua carreira, entre elas o Prêmio Internacional da Fundação Hasselblad, o World Press Photo nas categorias Notícias Gerais e Vida Cotidiana, Prêmio da Paz dos Livreiros Alemães e o Prêmio Outstanding Contribution to Photograph, concedido pela Organização Mundial da Fotografia — este último o consagrou como o primeiro brasileiro e o segundo latino-americano a receber a honraria.
Uma das séries mais icônicas de Sebastião Salgado é ‘Gold – Mina de Ouro Serra Pelada’, produzida em 1986. Composta por 56 fotografias, a coleção se tornou uma das obras mais premiadas da história do fotojornalismo. As imagens retratam o impressionante “formigueiro humano” que se formava na mina de Serra Pelada, na região amazônica. Uma dessas fotos foi, inclusive, incluída em uma lista do The New York Times com as 25 imagens que mudaram o curso da história.
Sebastião Salgado iniciou sua carreira no início da década de 1970 e ganhou projeção internacional em 1980, ao ser designado para cobrir os primeiros 100 dias do mandato do então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan. Durante esse período, teve a oportunidade de registrar o atentado a tiros cometido por John Hinckley Jr., que tentou assassinar o presidente.
Ao longo da carreira, o fotógrafo se dedicou à fotografia documental, com foco em denunciar desigualdades sociais e retratar a relação do ser humano com a natureza. Publicou, ao todo, 12 obras literárias. (Veja abaixo uma lista de fotos icônicas de Sebastião Salgado).
Lista de fotos de Sebastião Salgado
1. Série ‘Gold – Mina de Ouro Serra Pelada’

2. Série ‘Gold – Mina de Ouro Serra Pelada’

3. Pinguins de Barbicha
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4. Série ‘Trabalhadores’

5. Série ‘Trabalhadores’

5. Série ‘Êxodos’

6. Campo de Petróleo em Chamas

7. Filhotes de elefantes-marinho-do sul

8. Grupo de Indígenas Waurá, ‘Série Gênesis’

9. Série ‘Amazônia’

10. Série ‘Gênesis’

11. Série ‘Êxodos’

12. Série ‘Trabalhadores’

14. Série ‘Êxodos’

15. Série ‘Gold– Mina de Ouro Serra Pelada’

Quem foi Sebastião Salgado
Sebastião Salgado nasceu nasceu em Aimorés, no Vale do Rio Doce, no interior de Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944. Foi no estado natal que ele conheceu Lélia Wanick Salgado, quando ela tinha 17 e ele, 19. Os dois estavam juntos há cerca de 61 anos. Ela se formou em Arquitetura e ele, em Economia. Os dois integravam um grupo revolucionário de esquerda e, conforme aumentava a perseguição política durante a ditadura militar brasileira, decidiram deixar o país para se exilarem em Paris.
Em terras francesas, Salgado descobriu o talento para a fotografia quando pegou emprestada uma câmera de Lélia. Sua ascensão foi meteórica em Paris, onde passou por diferentes agências e conseguiu deixar sua marca.
Mais tarde, Lélia se tornou diretora da galeria Magnum, antes de abrir um estúdio independente, que pouco a pouco passou a ser dedicado à produção de Salgado. O trabalho de Lélia é, aliás, reconhecido como chave para o sucesso do marido. “Não sei dizer onde termino e onde começa Lélia”, afirmou o fotojornalista na entrevista.
Trajetória
O início da carreira do fotógrafo foi marcado por críticas de colegas, que o acusavam de explorar e estetizar a miséria, mas Salgado rebate. “Eu não nasci aqui (na Europa). Eu vim do terceiro mundo. Quando nasci, o Brasil era um país em desenvolvimento. As fotos que tirei, tirei a partir do meu lado, do meu mundo, de onde venho”, explicou.
Na época, as críticas o abalaram e ele chegou a se distanciar do mundo da fotografia. Foi quando nasceu o Instituto Terra, criado pelo casal como uma organização não governamental que atua como centro de recuperação ambiental em Minas Gerais. A conexão com a natureza fez Salgado relembrar a paixão pelas lentes.
Pelo Instituto, Lélia e Sebastião começaram a coletar sementes, treinar técnicos rurais e então passaram a plantar milhões de árvores no estado. “Nós começamos com um viveiro de 25 mil árvores, depois expandimos para 125 mil. Hoje, nosso viveiro tem espaço para 550 mil árvores por ano, e no próximo ano, vamos expandi-lo para 2 milhões. É fantástico”, disse ao The Guardian.
A conexão com a natureza fez o fotógrafo redescobrir a paixão pela fotografia, conduzindo-o a dois dos seus mais significantes projetos: “Genesis” (2013) e “Amazônia” (2021).
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