
Projeto social tem mudado o destino de jovens de comunidade do Rio. Relíquia da Babilônia: Mestre Ferradura
No alto do Morro da Babilônia, comunidade na Zona Sul do Rio de Janeiro, um projeto social tem mudado o destino de jovens por meio da capoeira, como mostrou o quadro Relíquia.
À frente dessa iniciativa está Omri Ferradura, capoeirista há mais de três décadas, que fundou o Instituto Brasileiro de Capoeira e Educação (IBCE) com um propósito claro: transformar a arte da capoeira em ferramenta de inclusão, formação profissional e cidadania.
Mais do que uma expressão cultural, a capoeira é, para o mestre Ferradura, um caminho de autoconhecimento e empoderamento.
“A roda de capoeira é um espaço de aprendizado coletivo. Ali se desenvolvem liderança, coragem, disciplina e empatia”, explica o mestre, que começou a praticar aos 15 anos e hoje dedica sua vida a multiplicar os valores afro-brasileiros que a capoeira carrega.
O IBCE oferece formação profissionalizante para adolescentes de 14 a 18 anos. Aos sábados, os jovens têm aulas de capoeira, música, inglês, matemática, comunicação, sustentabilidade e inclusão digital.
Ao final do curso, muitos se tornam monitores e passam a dar aulas para crianças da própria comunidade, gerando renda e se tornando referências locais.
Roda de capoeira do mestre Ferradura na Babilônia
Reprodução/TV Globo
Além da Babilônia, o trabalho do instituto já chegou a comunidades como Rocinha, Cerro-Corá, Fogueteiro e Fallet, e também a públicos em situação de vulnerabilidade: jovens em privação de liberdade, pessoas em situação de rua, população trans e até pacientes de hospitais psiquiátricos.
“A capoeira é uma terapia. É uma forma de devolver dignidade e abrir caminhos”, afirma Ferradura.
Para ele, o impacto do projeto vai além da prática corporal.
“Muitos jovens não sabem para onde ir. Eu também não sabia. Quando vi uma roda de capoeira pela primeira vez, tive uma epifania. Vi ali um poder transformador. E é isso que quero proporcionar para outros.”
O sonho de Ferradura é ver um IBCE em cada comunidade do Rio: “Tem muito trabalho bom sendo feito nas favelas, mas falta apoio, reconhecimento e financiamento. A capoeira pode ser uma ponte para o futuro.”
Roda de capoeira do mestre Ferradura na Babilônia
Reprodução/TV Globo
Mestre Ferradura
Reprodução/TV Globo