A Azevedo & Travassos (AZEV4) comunicou ao mercado, no dia 23 de maio, que recebeu uma notificação da B3 após suas ações permanecerem cotadas abaixo de R$ 1,00 por mais de 30 pregões consecutivos. A companhia agora avalia realizar um grupamento de ações, podendo antecipar a operação ou aguardar até a data limite estipulada: 23 de outubro.
A notícia gerou forte impacto nas ações da empresa, que encerraram o último pregão cotadas a R$ 0,76, acumulando queda de 5% no dia e aproximadamente 22% apenas em maio. Nos últimos 12 meses, a desvalorização chega a 8%.
Atualmente, a AZEV4 apresenta um P/VPA (Preço sobre Valor Patrimonial) de 0,2 — o menor nível histórico da companhia —, com o valor patrimonial por ação estimado em R$ 3,84. O cenário indica um forte desconto em relação ao patrimônio da empresa, que se consolidou no segmento de infraestrutura após a cisão da divisão de energia.
Cenário delicado para investidores
Investidores devem ficar atentos, pois o mercado geralmente reage negativamente ao anúncio de grupamentos de ações, prática frequentemente interpretada como uma tentativa de evitar a desvalorização excessiva dos papéis. A administração da Azevedo & Travassos informou que está analisando cuidadosamente o melhor momento para o possível grupamento, ressaltando o compromisso com a transparência.
Além disso, o ambiente macroeconômico desfavorável no Brasil, com obras de infraestrutura desaceleradas, tende a impactar negativamente o desempenho da empresa no curto prazo.
AZT Energia: parte da cisão também sofre pressão
A divisão de energia e óleo & gás, agora sob o ticker AZT3, também enfrenta desafios. Especializada em exploração e produção terrestre, a empresa sofre com a queda no preço internacional do petróleo, o que pressiona ainda mais suas operações e o desempenho das ações, que fecharam a R$ 0,72 após recuo de quase 3%.
A AZT3 apresenta um P/VPA de 0,9, com o valor patrimonial por ação estimado em R$ 0,77 — muito próximo da cotação atual, sinalizando que o mercado precifica a companhia de forma justa, mas sem margem de valorização no momento.
Sem histórico de distribuição de dividendos, a AZT Energia segue em fase inicial de operações e enfrenta, além do cenário econômico doméstico desafiador, as naturais limitações da exploração terrestre em relação à produção offshore, que tende a apresentar maiores reservas.
Reorganização e próximos passos
Ambas as empresas — Azevedo & Travassos (AZEV4) e AZT Energia (AZT3) — atravessam um momento crítico. A primeira enfrenta a pressão regulatória e de mercado para ajustar a cotação via grupamento, enquanto a segunda lida com a volatilidade dos preços do petróleo e os desafios de sua estratégia focada em exploração terrestre.
A administração da AZEV4 reforçou que a decisão sobre o grupamento será comunicada oportunamente, conforme as avaliações internas e a evolução das cotações nos próximos meses.
Investidores e analistas permanecem atentos aos desdobramentos, principalmente com a aproximação do prazo final estipulado pela B3. A continuidade das quedas nas ações e eventuais anúncios futuros serão determinantes para o futuro das companhias no mercado.
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